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Trump eleva tarifas contra China para 125%, mas baixa taxas de dezenas de países para 10% por 90 dias

A decisão ocorre poucas horas após a China anunciar elevar suas próprias tarifas sobre produtos americanos para 84%.

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Em uma guinada estratégica em meio à crescente tensão econômica global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma pausa de 90 dias na aplicação das tarifas recíprocas sobre a maioria dos parceiros comerciais americanos. No entanto, a decisão veio acompanhada de um aumento expressivo das tarifas sobre produtos chineses, que passam a ser taxados em 125%, agravando ainda mais o conflito comercial com a China.

A medida foi comunicada por Trump em uma postagem na rede Truth Social. No texto, o presidente justificou o aumento das tarifas contra a China como uma resposta ao que classificou como práticas comerciais injustas do país asiático:

“Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, escreveu.

A decisão ocorre poucas horas após a China anunciar um pacote de retaliações, elevando suas próprias tarifas sobre produtos americanos para 84%. A escalada reacende os temores de uma guerra comercial prolongada entre as duas maiores economias do mundo.

Apesar da retórica agressiva direcionada à China, Trump adotou um tom mais conciliador com outras nações. O presidente afirmou que a suspensão temporária das tarifas “recíprocas” é um gesto de boa fé diante das negociações em andamento com mais de 75 países que, segundo ele, “não retaliaram de nenhuma forma contra os Estados Unidos”. Com isso, será mantida uma tarifa-base de 10% sobre importações gerais, incluindo do Brasil.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, confirmou a pausa e indicou que a decisão busca evitar um colapso mais profundo do mercado global, que já vinha demonstrando sinais de instabilidade diante da política tarifária agressiva dos EUA.

“Estamos respondendo ao que os mercados estão dizendo e reconhecendo o esforço internacional por soluções diplomáticas”, afirmou Bessent a jornalistas.

As medidas entraram em vigor imediatamente. Com a intensificação do confronto com a China e a suspensão parcial de tarifas sobre outros parceiros, especialistas avaliam que os Estados Unidos tentam redesenhar o tabuleiro da guerra comercial, isolando Pequim e, ao mesmo tempo, acalmando aliados econômicos tradicionais.

Entretanto, líderes empresariais já alertam para os riscos dessa estratégia. Alguns executivos apontam para os sinais de desaceleração econômica e temem que a continuidade dessa postura protecionista possa desencadear uma nova recessão global.

Redação Saiba+

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