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Caso Sara Freitas: Motorista Gideão Duarte é condenado a mais de 20 anos de prisão

Júri popular reconheceu envolvimento do motorista no assassinato da pastora e cantora gospel; defesa promete recorrer.

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Sara Mariano e o marido, Ederlan Mariano - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Foi condenado a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão em regime fechado, o motorista de aplicativo Gideão Duarte de Lima, acusado de participação na morte da pastora e cantora gospel Sara Freitas, assassinada brutalmente em outubro de 2023. O júri popular ocorreu nesta terça-feira (15), no fórum Desembargador Gerson Pereira dos Santos, em Dias D’Ávila, Região Metropolitana de Salvador.

Redes sociais/Reprodução

Segundo as investigações, Gideão foi o responsável por conduzir Sara ao local onde foi vítima de uma emboscada, esfaqueada e posteriormente carbonizada em um matagal. Embora tenha negado participação direta, o júri entendeu que ele teve papel essencial na logística do crime.

A juíza-presidente Marina Lemos de Oliveira Ferrari foi responsável por proferir a sentença. Durante toda a leitura, Gideão permaneceu de cabeça baixa.

Defesa promete recorrer

O advogado de defesa, Ivan Jezler Costa Júnior, lamentou a decisão e informou que irá recorrer. Ele afirmou que Gideão agiu sob coação e destacou que duas das qualificadoras, feminicídio e motivo torpe, foram derrubadas.

“A pena poderia ser ainda maior. Conseguimos também a redução por menor participação. Ele só não foi absolvido por um único voto”, destacou.

Ivan Jezler  – Foto: Instagram

Julgamento durou mais de 13 horas

Com duração de cerca de 13 horas, o júri contou com depoimentos de sete testemunhas, quatro de acusação e três de defesa. Entre os principais depoimentos, estiveram Soraia Freitas, irmã da vítima, e o cantor gospel Davi Oliveira, que declarou ter sido ameaçado para não delatar o plano.

Ministério Público acusa Gideão de cumplicidade

Na sustentação do Ministério Público da Bahia, o promotor Robert Moura Carneiro destacou que Gideão teve diversas oportunidades de evitar o crime. “Ele poderia ter dito que não conseguiu o carro, poderia ter avisado a vítima, poderia ter se recusado. Mas cumpriu a missão: conduziu Sara para a morte”, disse.

Estudantes acompanharam o julgamento

O julgamento também foi acompanhado por estudantes de Direito, que relataram a importância do momento como aprendizado prático. “Para quem estuda processo penal, ver o Tribunal do Júri ao vivo, com uma causa tão complexa, é uma oportunidade única”, afirmou o acadêmico Ueslei Moreira de Santana.

Outros acusados seguem presos

Além de Gideão, estão presos Ederlan Santos Mariano (ex-marido da vítima e mandante do crime), Weslen Pablo Correia de Jesus (o “Bispo Zadoque”) e Victor Gabriel Oliveira Neves. Todos aguardam julgamento de recursos e seguem detidos na penitenciária Lemos Brito, na Mata Escura, em Salvador.

Relembre o caso

Sara Freitas, cantora e pastora evangélica, foi assassinada em outubro de 2023, após sair de casa acreditando que participaria de um evento religioso. Ela foi levada por Gideão até o local do crime, onde foi esfaqueada e teve o corpo queimado. O crime causou comoção nacional e chocou a comunidade evangélica e a sociedade baiana.

Redação Saiba+

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