Polícia
Tchaca “comemora” aniversário preso sob denúncia de perseguição
Personalidade da internet, o policial militar completa 45 anos encarcerado, enquanto defesa alega prisão sem provas financeiras na Operação Falsas Promessas.
Neste 28 de abril, o policial militar e influenciador digital Alexandre Lázaro Pereira de Andrade, conhecido como Tchaca, completa 45 anos — porém, atrás das grades. Em vez de festa, o dia marca um momento difícil para a família, que também celebra hoje o aniversário da filha do PM.
Natural de Salvador, Tchaca ganhou fama nas redes sociais ao compartilhar vídeos sobre a rotina na Polícia Militar da Bahia, acumulando milhares de seguidores. No entanto, a sua trajetória pública tomou outro rumo após ser preso no último dia 9 de abril, na segunda fase da Operação Falsas Promessas, conduzida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Segundo a investigação, o esquema apurava a prática de rifas ilegais e lavagem de dinheiro envolvendo aproximadamente R$ 500 milhões. Contudo, a defesa de Tchaca afirma categoricamente que não existem indícios de movimentação financeira atribuída ao nome dele nos autos da operação.
De acordo com os advogados, a prisão preventiva teria sido motivada unicamente pela suspeita de obstrução de Justiça, já que Tchaca teria tido acesso antecipado às informações sigilosas da operação e, supostamente, poderia ter alertado outros envolvidos.
Em 21 de março de 2025, semanas antes da prisão, Tchaca publicou um vídeo em que afirmava ser alvo de perseguição e antecipava a possibilidade de ser detido.
“Recebi um informe de que haveria mandado de busca e apreensão contra mim e outros colegas policiais. Recebi um print do processo”, declarou à época.
Na gravação, Tchaca também alegou que não permitiria que sua conduta fosse manchada e sugeriu que, se necessário, revelaria informações comprometedoras. Ainda no vídeo, Tchaca relatou que, desde novembro de 2024, já tinha conhecimento de possíveis medidas judiciais contra ele e outros agentes.
Enquanto a defesa reforça a ausência de provas que justifiquem a prisão e aponta possível cerceamento de liberdade de expressão, a expectativa é de que novos capítulos do caso sejam conhecidos nas próximas semanas.