Política
Desaprovação a Lula atinge recorde e vai a 53,7%
Escândalos no INSS e crise na Previdência elevam rejeição ao presidente, segundo nova pesquisa AtlasIntel
A desaprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a subir e atingiu 53,7%, o maior índice da série histórica medida pela pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira (30). A rejeição cresceu 3,6 pontos percentuais em comparação à última sondagem, realizada entre março e abril, quando estava em 50,1%.
Segundo o levantamento, apenas 45,4% dos brasileiros ainda aprovam o governo Lula, enquanto 0,7% não souberam responder. No início da série, em janeiro de 2024, o índice de desaprovação era de 45,4%, revelando uma deterioração contínua da imagem do presidente em pouco mais de um ano e meio de mandato.
A nova alta na rejeição vem logo após a explosão do escândalo das fraudes nas aposentadorias do INSS, que abalou profundamente a credibilidade do governo. O caso motivou a troca no comando do Ministério da Previdência Social, além da saída do PDT da base aliada e da instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional, que deve contar com forte atuação da oposição liderada pelo PL.
A repercussão negativa nas redes sociais e a pressão política contribuíram diretamente para o aumento do descontentamento popular. Na pesquisa qualitativa, 52,1% dos entrevistados classificaram o governo como “ruim ou péssimo”, enquanto apenas 41,9% o consideram “ótimo ou bom”. Outros 6% avaliaram como “regular”.
Além da avaliação do presidente, o instituto também perguntou sobre os principais problemas enfrentados pelo Brasil. A corrupção saltou para o topo da lista: citada por 60% dos entrevistados, ante 47% no mês anterior. Em segundo lugar ficou a criminalidade e o tráfico de drogas, que até então lideravam o ranking desde janeiro.
A pesquisa AtlasIntel ouviu 4.399 brasileiros entre os dias 19 e 23 de maio, com margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%. Este é o primeiro levantamento do instituto após a crise na Previdência se tornar pública e deve balizar os próximos movimentos políticos em Brasília.