Política

Justiça Eleitoral cassa mandato de Rubinho Nunes por fake news contra Boulos

Vereador do União Brasil é declarado inelegível por 8 anos após divulgar laudo falso sobre uso de drogas por Guilherme Boulos nas eleições de 2024

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Rubinho Nunes / Reprodução

A Justiça Eleitoral de São Paulo cassou o mandato do vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e o declarou inelegível por oito anos por divulgar um laudo médico falso contra o então candidato à Prefeitura da capital, Guilherme Boulos (PSOL), nas eleições de 2024. A sentença foi proferida pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo e ainda cabe recurso.

De acordo com a decisão, a publicação feita por Rubinho em seu perfil no Instagram, no dia 4 de outubro de 2024, dois dias antes do primeiro turno, caracteriza uso indevido dos meios de comunicação social, abuso de poder político e fraude à legislação eleitoral. O conteúdo, que permaneceu no ar por 26 minutos, atingiu quase 4 mil curtidas e teve ampla repercussão nas redes sociais, o que contribuiu para sua gravidade.

O laudo médico, inicialmente divulgado por Pablo Marçal (PRTB), também candidato à prefeitura, afirmava falsamente que Boulos teria testado positivo para cocaína e estaria em surto psicótico. A farsa foi desmascarada por uma perícia da Polícia Científica, que revelou que o médico que supostamente assinou o documento estava morto há anos.

Na sentença, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz destacou que, mesmo que temporária, a publicação configura conduta ilícita com “alta reprovabilidade”, e que o ato teve “potencialidade lesiva para interferir na lisura e no equilíbrio das eleições”. Segundo o magistrado, a conduta violou o dever de diligência e cautela que se exige de um candidato, especialmente ao reproduzir conteúdos de terceiros sem verificação.

A ação judicial foi movida por Leonardo dos Reis Adorno Becker Grandini, candidato a vereador pela federação PSOL-Rede, que argumentou que o episódio fazia parte de uma estratégia coordenada de desinformação contra Boulos, com a intenção de beneficiar Rubinho Nunes e Pablo Marçal.

Além da cassação de Rubinho, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também apresentou, na quinta-feira (29), uma denúncia formal contra Pablo Marçal, responsabilizando-o pela divulgação do documento fraudulento.

A decisão da Justiça Eleitoral representa um marco no combate à disseminação de notícias falsas durante o período eleitoral, reforçando a necessidade de responsabilidade na comunicação de candidatos e agentes políticos.

Redação Saiba+

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