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Meta investe US$ 14,3 bi na Scale AI para disputar liderança em superinteligência artificial

Gigante de Mark Zuckerberg aposta em startup americana para impulsionar sua divisão de IA e competir com OpenAI, Google e Microsoft no avanço da superinteligência

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A Meta está se esforçando para alcançar os concorrentes da IA, como Google, Microsoft, OpenAI e Anthropic Foto: Josh Edelson/AFP

A Meta, empresa liderada por Mark Zuckerberg, anunciou nesta quinta-feira (12) um investimento bilionário de US$ 14,3 bilhões na startup americana Scale AI, marcando seu maior movimento estratégico até hoje no setor de inteligência artificial (IA). A operação representa cerca de 10% da receita da empresa em 2024 e posiciona a Meta em nova fase de disputa com gigantes como OpenAI, Google, Microsoft e Anthropic.

Este é o primeiro grande investimento externo da Meta desde a compra do WhatsApp, em 2014. A aposta tem como objetivo fortalecer sua até agora discreta atuação em IA e inaugurar um novo capítulo com a criação do laboratório de Superinteligência, estrutura interna que contará com Alexandr Wang, CEO da Scale AI, como líder da divisão.

A Meta finalizou nossa parceria estratégica com a Scale AI. Vamos aprofundar o trabalho conjunto, focados na produção de dados para modelos de IA, e Alexandr Wang se junta à Meta para impulsionar nosso esforço em superinteligência”, informou a empresa em comunicado oficial.

Com apenas 28 anos, Wang é considerado um dos nomes mais promissores da nova geração da tecnologia e levará consigo parte da equipe técnica da Scale AI para integrar a nova unidade da Meta. Ele permanecerá no conselho da startup, que passa a ter Jason Droege como novo CEO.

Estrutura do acordo busca evitar pressão regulatória

O investimento da Meta foi estrategicamente estruturado para minimizar o risco de investigações antitruste. A empresa deterá apenas uma participação minoritária na Scale AI e não terá controle direto sobre a gestão da startup. O formato segue o modelo adotado por outras big techs, como a Amazon com a Anthropic e a Microsoft com a OpenAI, que buscam formar alianças estratégicas sem ferir normas regulatórias.

A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos, sob nova liderança, continua monitorando com atenção esse tipo de operação. A Meta, por sua vez, ainda aguarda decisões judiciais sobre processos relacionados às aquisições do Instagram e do WhatsApp.

Superinteligência e a corrida global da IA

A Meta tenta recuperar espaço após ficar atrás no boom de IA iniciado em 2022, com o lançamento do ChatGPT pela OpenAI. Apesar de ter ganhado atenção por abrir o código de sua IA LLaMA 4, a empresa ainda não alcançou a qualidade dos modelos líderes de mercado.

O novo laboratório de superinteligência é parte da estratégia para desenvolver modelos de próxima geração, mirando o que tecnólogos consideram o “próximo estágio da IA”: sistemas capazes de superar a inteligência humana, indo além da chamada IA Geral (AGI).

“A inteligência artificial é uma das tecnologias mais revolucionárias de nosso tempo”, afirmou Wang em comunicado. “Ela tem o potencial de transformar empresas, governos e a vida das pessoas em todo o mundo.”

Com este investimento, a Meta sinaliza que está disposta a entrar com força total na corrida global da inteligência artificial, mesmo que tardiamente. A movimentação reforça a tendência de alianças estratégicas entre big techs e startups inovadoras como forma de acelerar avanços tecnológicos e driblar barreiras regulatórias.


Redação Saiba+

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