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Maioria aprova tornozeleira em Bolsonaro, diz Datafolha

Para 55% dos brasileiros, decisão de Moraes foi correta; pesquisa também aponta que população acredita que ex-presidente queria fugir do país

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Bolsonaro aponta para tornozeleira eletrônica a ele imposta pelo STF durante entrevista na Câmara - Pedro Ladeira - 21.jul.25

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta semana, revelou que a maioria da população brasileira apoia as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Entre as ações, está o uso de tornozeleira eletrônica, além de restrições de circulação noturna e aos fins de semana.

Segundo os dados, 55% dos entrevistados consideram correta a decisão do STF, contra 41% que a desaprovam. O mesmo percentual — 55% — acredita que Bolsonaro tinha intenção de deixar o país antes de ser julgado. Apenas 36% acham que ele não tentaria fugir, enquanto 10% não opinaram.

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho com 2.004 pessoas em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

“Isso reflete uma percepção crescente de que Bolsonaro busca driblar as consequências jurídicas da sua atuação após as eleições de 2022”, avaliam analistas políticos.

Medidas após crise diplomática

As sanções contra Bolsonaro surgiram duas semanas após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% contra importações brasileiras, alegando uma “caça às bruxas” contra seu aliado. A repercussão provocou um mal-estar diplomático, e Moraes justificou a tornozeleira afirmando haver risco de fuga, especialmente com a atuação de Eduardo Bolsonaro junto a setores trumpistas.

Em 2024, Bolsonaro já havia gerado polêmica ao dormir dois dias na embaixada da Hungria, após ter o passaporte retido pela Polícia Federal. Na mesma operação, a PF encontrou dólares em espécie em sua residência.

Perfil de quem apoia

A aprovação às medidas é maior entre os menos instruídos (59%) e os que ganham até dois salários mínimos (57%). Já entre quem tem ensino superior, o índice cai para 51%.

Grupos com perfil bolsonarista demonstram mais resistência: evangélicos são maioria entre os críticos, com 56% contra e apenas 40% a favor. Homens também rejeitam mais (44%) que mulheres (38%). No recorte regional, o Nordeste lidera a aprovação, com 63% favoráveis às restrições.

Advertência por descumprimento

Após a imposição das medidas, Moraes ainda advertiu Bolsonaro por descumprir a ordem de silêncio, ao conceder entrevista ostentando a tornozeleira para fotógrafos. O ministro reiterou as regras de conduta do ex-presidente até seu julgamento, previsto para setembro, no processo que o acusa de trama golpista para se manter no poder.

Bolsonaro tem classificado as acusações como perseguição política, e afirma que é alvo de uma “farsa judicial”.

Redação Saiba+

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