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Lula rebate Trump e afirma: “Brasil não anda de joelhos para governo americano”
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta quinta-feira (14), em Pernambuco, às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o Brasil como um dos “piores parceiros comerciais”.
“É mentira que o Brasil seja mau parceiro. O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para governo americano”, disse Lula, em discurso durante evento de entrega de títulos de regularização fundiária no bairro Brasília Teimosa, no Recife (PE).
O petista acusou ainda os EUA de ameaçarem o Brasil “todos os dias” e afirmou que, se Trump fosse brasileiro, seria “julgado e preso” pela invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
As declarações foram resposta direta a Trump, que, na Casa Branca, disse que “o Brasil tem sido horrível em relações comerciais” e impõe “tarifas tremendas” sobre produtos americanos. O republicano também voltou a criticar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), classificando-a como “execução política”.
Ao comentar as críticas, Lula destacou que os Estados Unidos não têm prejuízo comercial com o Brasil.
“Se você pegar 15 anos, eles tiveram lucro de US$ 410 bilhões. Ele resolveu contar algumas mentiras sobre o Brasil e nós estamos desmentindo”, afirmou.
Plano de contingência contra tarifaço
As falas do presidente ocorreram uma semana após a entrada em vigor do tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros. Na véspera, o governo federal anunciou um plano de contingência para reduzir os impactos da medida e socorrer empresas exportadoras.
Entre as propostas apresentadas estão:
- Linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas;
- Aporte em fundos garantidores;
- Aumento de compras governamentais;
- Adiamento do pagamento de impostos;
- Reforma do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).
As medidas ainda precisam ser regulamentadas, com o detalhamento de prazos, critérios e beneficiários.
Contexto internacional
Questionado por jornalistas sobre uma possível aproximação de Brasil e México com a China em resposta à sobretaxa americana, Trump afirmou:
“Não estou preocupado. Eles não estão muito bem. Estamos melhores do que eles”.
A troca de declarações acirra o clima diplomático entre Brasília e Washington e adiciona mais tensão às relações comerciais em um momento de alta sensibilidade para o mercado exportador brasileiro.
