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Apostas online movimentam R$ 17,4 bilhões no Brasil em 2025

Primeiro levantamento oficial mostra impacto do setor e alerta para vício entre jovens apostadores

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Navegação em site de apostas: proliferação das bets aumenta gastos de famílias e risco de problemas de dependência com jogos (Foto: Bruno Peres / Agência Brasil)

As apostas esportivas e jogos online movimentaram R$ 17,4 bilhões no Brasil apenas no primeiro semestre de 2025, de acordo com dados inéditos da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda.

O levantamento, divulgado nesta semana, é o primeiro com informações oficiais sobre o mercado regulado de bets e jogos digitais, conhecidos popularmente como jogos do tigrinho.

Segundo o secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, o país possui 17,7 milhões de apostadores ativos, sendo 71% homens e metade com até 30 anos. A média de gasto individual chega a R$ 983 por semestre — aproximadamente R$ 164 mensais.

“O Estado brasileiro retomou o controle desse setor. O descontrole de 2019 a 2022 é responsável por parte dos problemas atuais. Agora cabe a nós organizar a casa e proteger a população”, afirmou Dudena em entrevista ao videocast C-Level Entrevista.

Perfil dos apostadores e riscos à saúde

A pesquisa revela que moradores de periferia estão entre os mais vulneráveis ao vício em apostas. A prática, segundo especialistas, pode gerar problemas de saúde mental, endividamento e dependência, cenário que já preocupa o Sistema Único de Saúde (SUS), que começa a preparar equipes para atender casos de ludopatia.

Apesar do faturamento bilionário, Dudena reforça que o dinheiro apostado tende a ser perdido, já que a taxa de retorno gira em torno de 90% a 93%, o que significa que 7% do valor fica retido pelas plataformas.

Regulação e responsabilização das empresas

O governo vem aplicando sanções contra casas de apostas irregulares, além de adotar mecanismos para impedir que beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, utilizem recursos em sites de apostas.

A SPA defende que a responsabilidade pelo chamado “jogo responsável” deve recair sobre as empresas, que precisam oferecer ferramentas de autolimitação de gastos, autoexclusão e monitoramento de perfis para identificar comportamentos de risco.

Mercado em expansão

Os números confirmam que o mercado de apostas se consolidou como um dos mais rentáveis do entretenimento digital no Brasil. Ainda assim, autoridades reforçam que a regulamentação será fundamental para equilibrar receita bilionária, riscos sociais e transparência tributária.

Redação Saiba+

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