Brasil
“Minha vida já acabou”, desabafa Bolsonaro em prisão domiciliar
Em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, sob vigilância integral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou durante a visita do vice-prefeito de São Paulo, coronel Ricardo Mello Araújo, aliado político e ex-comandante da Rota.
Segundo relatos, a reunião durou cerca de quatro horas. Em determinado momento, Bolsonaro relembrou a carreira militar e a chegada à Presidência da República, mas fez um desabafo em tom de resignação:
“Minha vida já acabou”, disse, mencionando os 70 anos de idade e a perspectiva de condenação pelo STF.
Mello Araújo foi ao encontro para animar Bolsonaro
Em contato com a coluna, o coronel Ricardo Mello Araújo explicou que visitou Bolsonaro com a intenção de oferecer apoio moral.
“Na minha carreira, visitei policiais que acabaram presos em ocorrências por troca de tiros e depois foram absolvidos. Eu sei o que é isso, o que a pessoa que está presa passa”, afirmou.
O vice-prefeito, que foi indicado por Bolsonaro para compor a chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa eleitoral em São Paulo, reforçou que mantém laços de lealdade com o ex-presidente.
Contexto político e jurídico
Bolsonaro enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal (STF) e ações eleitorais no TSE, que já o tornaram inelegível até 2030. A prisão domiciliar integra o pacote de medidas impostas pela Justiça em meio às investigações sobre sua atuação política e possíveis crimes relacionados ao processo eleitoral e manifestações antidemocráticas.
Aliados próximos acreditam que declarações como essa revelam um momento de fragilidade emocional do ex-presidente, que vinha tentando manter postura de resistência pública.
