Política
Lula articula com Alcolumbre para barrar PEC da Blindagem
Governo busca conter avanço da proposta que amplia foro e pode favorecer Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) definiram uma nova estratégia política no Senado para barrar a PEC da Blindagem, proposta que transfere ao Congresso a prerrogativa de autorizar processos criminais contra deputados e senadores.
A articulação ocorre em meio às discussões sobre possíveis benefícios indiretos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre prisão domiciliar após condenação relacionada aos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo interlocutores do governo, o Palácio do Planalto vê a proposta como um risco de anistia disfarçada, já que a medida poderia enfraquecer investigações e processos em curso.
Estratégia no Senado
Com a PEC já aprovada na Câmara, o foco do Planalto está no Senado, onde a resistência tende a ser maior. Alcolumbre, ex-presidente da Casa e figura central nas negociações, foi acionado por Lula para atuar como articulador junto a líderes partidários. A ideia é travar a tramitação do texto e, se necessário, propor alternativas que reduzam o alcance da blindagem parlamentar.
Risco de retrocesso institucional
Juristas e opositores da proposta alertam que a aprovação da PEC significaria um grave retrocesso democrático, retomando práticas anteriores a 2001, quando o STF dependia da autorização do Legislativo para processar parlamentares. Na avaliação de aliados do governo, permitir que deputados e senadores decidam sobre seus próprios processos representaria um enfraquecimento das instituições de controle.
Governo em alerta
Lula avalia que a batalha no Senado será decisiva para evitar que o Congresso aprove uma proposta que pode ser interpretada como uma anistia política a aliados. Por isso, intensificou o diálogo com senadores da base e também com independentes, buscando formar um bloco de contenção contra a medida.
