Secretaria investiga diretora de colégio estadual por denúncias de perseguição

A Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC) instaurou procedimento sigiloso para apurar denúncias graves contra a gestão do Colégio Estadual Duque de Caxias, localizado no bairro da Liberdade, em Salvador. O documento elaborado por docentes reúne apontamentos de assédio moral, descontos indevidos nos salários e decisões arbitrárias por parte da diretora da instituição.

Segundo relatos dos professores, uma das situações mais contundentes envolveu um desconto de R$ 2,5 mil no salário de uma docente, registrado como supostas faltas, mesmo após comprovação documental de que ela participou das atividades escolares. A gestora ignorou pedidos formais de revisão e não respondeu ao pleito, obrigando a professora a contrair empréstimo emergencial para custear uma cirurgia.

Outros casos descritos evidenciam retaliações e mudanças injustificadas: docentes teriam perdido folgas ou sido remanejados arbitrariamente para horários desfavoráveis após discordarem da direção. Alguns chegam a relatar que participaram de conversas com a gestora e saíram da reunião em estado emocional debilitado.

À medida que as denúncias ganham corpo, o procedimento instaurado pela SEC visa garantir uma investigação técnica e imparcial. A secretaria informou que o processo é mantido em caráter reservado, sem divulgação pública dos detalhes apurados até o momento, e que adota protocolos institucionais para lidar com casos de violência institucional no ambiente escolar.

A expectativa dentro da comunidade escolar é que a apuração resulte em medidas corretivas e restituição financeira aos professores prejudicados. A situação levanta também o debate sobre o equilíbrio entre autoridade gestora e respeito ao corpo docente — especialmente em unidades de ensino público. O episódio reforça a necessidade de canais efetivos de denúncia, mecanismos de proteção e responsabilidades claras na gestão pedagógica e administrativa.