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Efeito Trump: Mais de 50 países pediram negociação sobre novas tarifas de importação

Casa Branca afirma que conversas podem levar meses

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Foto: REUTERS/Leah Millis

O governo dos Estados Unidos confirmou neste domingo (6) que mais de 50 países já solicitaram negociações para reduzir ou eliminar as novas tarifas sobre importações impostas pelo presidente Donald Trump. A medida, que começou a vigorar no final de semana, impõe uma alíquota universal de 10% sobre todos os produtos importados, com aumentos adicionais previstos para países como China (34%) e União Europeia (20%) a partir de quarta-feira.

Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, os contatos foram feitos “para discutir a eliminação de tarifas e o fim da manipulação cambial”. No entanto, ele alertou que as negociações podem levar meses. “Depois de décadas de práticas desleais, não se pode começar do zero”, declarou à rede NBC.

O anúncio das chamadas “tarifas recíprocas” causou turbulência nos mercados globais, ampliando o temor de uma guerra comercial em larga escala. A China reagiu com retaliações imediatas, enquanto líderes da União Europeia intensificaram articulações para uma resposta conjunta. Uma reunião entre os ministros do Comércio do bloco está marcada para esta segunda-feira.

No caso do Brasil, será aplicado apenas o imposto básico de 10%, sem sobretaxas adicionais por ora.

Medidas sem flexibilização imediata

Apesar dos apelos internacionais, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, foi taxativo: “Não haverá adiamento. As tarifas que entram em vigor no dia 9 de abril não estão sujeitas a negociação”. Ele afirmou que o objetivo de Trump é “corrigir desequilíbrios históricos no comércio internacional”.

O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que os países buscam uma saída negociada por temer os impactos econômicos das tarifas, mas minimizou possíveis efeitos negativos para os consumidores norte-americanos. Economistas, no entanto, alertam para riscos de inflação e desaceleração econômica nos EUA.

A ausência da Rússia entre os países afetados gerou questionamentos. Hassett justificou a decisão com o argumento de que tratativas diplomáticas sobre o conflito na Ucrânia estão em curso, mas ressaltou que Moscou pode ser incluída nas medidas futuramente.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que “o mundo como o conhecíamos desapareceu”, destacando o impacto estrutural das tarifas no comércio global. Já o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, se reunirá com Trump nesta segunda-feira, em Washington, para tratar da nova tarifa de 17% sobre produtos israelenses, entre outros temas bilaterais.

Redação Saiba+

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