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Defesa de advogado João Neto divulga vídeo e alega que queda provocou lesão em companheira

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A defesa do advogado e influenciador digital João Francisco de Assis Neto, de 47 anos, divulgou nesta terça-feira (15) imagens de uma câmera de segurança interna com o objetivo de sustentar a versão de que uma queda acidental provocou o sangramento da companheira dele. João Neto teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, sem prazo determinado, e responderá por lesão corporal, com base na Lei Maria da Penha.

Segundo os advogados de defesa, Minghan Chen Lima Pedroza, Cícero Fernandes Mota Pedrosa e Vinicius Costa Guido Santos, o episódio ocorreu no momento em que o advogado tentava retirar a companheira do apartamento. A nota afirma que a queda ocorreu após “insistência da vítima em permanecer no local”.

“Infelizmente se cogitou tentativa de feminicídio, mas as imagens confirmam que não houve agressão como alegado. A defesa reafirma que o vídeo corrobora a versão do investigado”, declarou a equipe jurídica.

Nas imagens divulgadas, João Neto aparece empurrando a companheira. Ela tenta se apoiar em uma porta, mas ele a puxa bruscamente. Em seguida, ela perde o equilíbrio, bate o rosto no chão e permanece imóvel por alguns segundos. Na sequência, o advogado a carrega para outro cômodo.

Contudo, a delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), afirma que os vídeos confirmam o depoimento da vítima, que relatou um histórico de comportamento violento.

“Não existe justificativa para a violência contra as mulheres. A vítima relatou que o companheiro já apresentava esse tipo de conduta anteriormente, embora esta tenha sido a primeira denúncia registrada”, disse a delegada.

O casal vivia em união estável há dois anos e havia se mudado de Arapiraca para Maceió recentemente. Após o episódio, a vítima foi encaminhada para atendimento em um hospital particular, com ferimentos no queixo. João Neto foi preso por agentes da Oplit (Operação Policial Litorânea Integrada) nas proximidades da unidade de saúde.

OAB acompanha o caso

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi notificada pela Polícia Civil. Em nota, a OAB-BA considerou os fatos “extremamente graves” e afirmou que a violência contra a mulher constitui também infração ético-disciplinar. O caso será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da seccional baiana. A OAB-AL também informou que já iniciou os procedimentos cabíveis.

“Qualquer conduta que possa configurar inidoneidade moral ou crime infamante será devidamente apurada, respeitando o devido processo legal”, destacou a nota oficial.

Quem é João Neto

João Neto é conhecido nas redes sociais por seus vídeos sobre direito penal e análises jurídicas de casos midiáticos. Com mais de 2 milhões de seguidores, ficou popular com o bordão “no coco e no relógio”, referindo-se a disparos no coração e na cabeça.

Ele se apresenta como advogado criminalista, ex-policial militar da Bahia e mestre em ciências criminais, embora a PM-BA tenha confirmado que João foi desligado da corporação há 15 anos, antes de concluir o curso de formação — ou seja, nunca atuou formalmente como policial.

Em 2024, foi advogado de Pablo Marçal na campanha à Prefeitura de São Paulo. Também protagonizou uma confusão em uma audiência de conciliação ao afirmar ter sido agredido por outro advogado e reagido com socos.

Em uma entrevista recente, causou polêmica ao declarar que “homem só tem um motivo para bater em mulher: se ela bater nele antes”, declaração que repercutiu negativamente nas redes.

Redação Saiba+

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