Política
Lula: “Se eu estiver bonitão, a extrema direita não volta”
Durante congresso do PSB, presidente reforça desejo de disputar a reeleição, critica opositores e defende ministros do STF
Em discurso inflamado neste domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pretende disputar a reeleição em 2026, desde que sua saúde se mantenha estável. Aos 79 anos, o petista participou do congresso nacional do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, e fez duras críticas à oposição e à ofensiva internacional contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Podem ter certeza de uma coisa: se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema direita não volta a governar este país nunca mais”, afirmou o presidente, arrancando aplausos dos aliados no evento. A frase, de tom bem-humorado, reforça a disposição de Lula em liderar o campo progressista nas próximas eleições presidenciais.
A saúde do presidente, no entanto, é um ponto de atenção. Em 2024, Lula sofreu uma queda no banheiro que exigiu procedimentos médicos para conter um sangramento intracraniano. O episódio gerou preocupação entre aliados sobre sua capacidade de manter uma agenda intensa até 2026.
Durante o congresso, Lula alertou sobre a importância da eleição para o Senado em 2026, destacando que dois terços das 81 cadeiras da Casa estarão em disputa. Segundo ele, a extrema direita pretende formar uma “superbancada” no Senado para tentar enfrentar o STF e articular o impeachment de ministros da Corte, especialmente Alexandre de Moraes.
“É fundamental prestar atenção na eleição para o Senado. A oposição quer montar maioria para confrontar a Suprema Corte. Isso é gravíssimo”, disse o presidente.
A crítica veio também em resposta à gestão de Donald Trump, que teria sinalizado ações contra Moraes em virtude das decisões judiciais que impactaram aliados da extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos.
A Constituição Federal determina que cabe ao Senado processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, conforme a Lei nº 1.079/1950 (Lei do Impeachment). Apesar das tentativas e pedidos protocolados por parlamentares da oposição, nenhum magistrado do Supremo foi efetivamente julgado até hoje.
O discurso de Lula teve tom político-eleitoral e reforça a estratégia do Planalto de unificar a esquerda e mirar não só o Planalto, mas o controle do Congresso em 2026, freando o avanço de adversários e blindando os aliados no Judiciário.