Política

Alckmin pode disputar o Senado por SP em 2026 e preocupa Tarcísio

Governador avalia que o vice de Lula tem forte recall no interior e pode ameaçar uma das vagas da direita na eleição

Published

on

Alckmin quer continuar como vice de Lula, mas avaliará opções se for preterido FOTO: WILTON JUNIOR

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confidenciou a aliados nesta semana que enxerga o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como um nome forte para o Senado por São Paulo em 2026. Segundo Tarcísio, Alckmin tem alto recall no interior paulista e pode representar uma ameaça real à direita, caso decida disputar uma das duas vagas ao Senado que estarão em jogo na próxima eleição.

Durante conversas reservadas com interlocutores, Tarcísio avaliou que Alckmin será um adversário difícil de enfrentar, principalmente pela imagem positiva que deixou entre os paulistas durante suas gestões à frente do governo estadual. Quando deixou o cargo em 2018 para disputar a Presidência, 36% dos eleitores avaliavam sua gestão como ótima ou boa, de acordo com pesquisa do Datafolha. Hoje, Tarcísio apresenta patamar semelhante, com 41% de aprovação, segundo levantamento recente do mesmo instituto.

Apesar de não se manifestar publicamente sobre o pleito de 2026, Alckmin tem se movimentado nos bastidores. Um interlocutor próximo afirmou que sua preferência é manter-se como vice na chapa de Lula no próximo ano. Caso isso não se concretize, o ex-governador deverá reavaliar seus planos políticos em São Paulo. Por ora, Alckmin estaria mais focado em fortalecer o PSB, especialmente atraindo tucanos insatisfeitos, do que em lançar uma candidatura formal.

No último Congresso Nacional do PSB, que elegeu João Campos como presidente da legenda, o presidente Lula destacou a importância de eleger uma maioria no Senado para conter o que chamou de “avacalhação” do Supremo Tribunal Federal (STF) por parte da direita. “Nós precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar com a Suprema Corte”, disse Lula. Na mesma ocasião, Alckmin chamou o petista de “companheiro de trincheira”, sinalizando alinhamento político.

França, Padilha e Haddad: disputa pelo governo também influencia

Com Márcio França (PSB) já lançado como pré-candidato ao governo paulista e com a bênção de Alckmin, o espaço para o vice-presidente se abriria naturalmente para o Senado. França, no entanto, declarou que só manterá sua candidatura se contar com o apoio direto de Lula. Outro nome considerado pelo PT para disputar o Palácio dos Bandeirantes é Alexandre Padilha, atual ministro da Saúde, que pode deixar o cargo para entrar na disputa.

Fernando Haddad (PT), também cogitado como opção, rechaçou a possibilidade de disputar a eleição de 2026, afirmando à direção do partido que pretende permanecer à frente do Ministério da Fazenda.

Direita aposta em Eduardo Bolsonaro, Derrite e Salles

A corrida ao Senado em São Paulo tem ganhado atenção especial da direita, especialmente por ser a Casa responsável por processos como o impeachment de ministros do STF. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é o nome mais forte no campo bolsonarista, mas pode ficar fora da disputa caso permaneça nos Estados Unidos ou seja indicado como candidato à Presidência no lugar do pai, Jair Bolsonaro.

Na ausência de Eduardo, surgem como opções competitivas os nomes do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e do deputado federal e ex-ministro Ricardo Salles (Novo). Ambos já vêm se articulando politicamente e têm presença ativa na base bolsonarista.

A avaliação de Tarcísio é que, com Alckmin no páreo, uma das vagas ao Senado pode escapar da direita, mesmo com a força eleitoral do campo conservador em São Paulo. A disputa, portanto, já começa a se desenhar como uma das mais estratégicas do país em 2026.

Redação Saiba+

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas da Semana

Sair da versão mobile