Política

Interpol inclui Carla Zambelli na lista vermelha a pedido de Moraes

Deputada federal pode ser presa fora do Brasil após decisão do STF; bloqueios patrimoniais e censura nas redes sociais também foram determinados

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Carla Zambelli / Reprodução

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, medida que possibilita sua prisão em qualquer um dos 196 países-membros da organização. A solicitação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também decretou a prisão preventiva da parlamentar e o bloqueio de todos os seus bens, contas e perfis em redes sociais.

A decisão foi assinada nesta quarta-feira (4), um dia após Zambelli anunciar que deixou o Brasil. A parlamentar foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão, menos de um mês antes da decisão. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o objetivo da medida não é antecipar a execução da pena, mas “assegurar a devida aplicação da lei penal”, diante da sua saída do país.

O bloqueio determinado por Moraes atinge:

  • Passaportes da deputada;
  • Salário pago pela Câmara dos Deputados;
  • Contas bancárias e ativos financeiros, incluindo recebimento via Pix;
  • Bens móveis e imóveis, veículos, embarcações e aeronaves registrados em seu nome.

Além disso, o ministro ordenou que as redes sociais Gettr, Meta, TikTok, X, Telegram, LinkedIn e YouTube excluam os perfis de Zambelli em até duas horas. Caso ela publique em contas próprias ou de terceiros, será aplicada multa diária de R$ 50 mil.

Lista vermelha e o histórico de negativas da Interpol

A difusão vermelha é o instrumento utilizado pela Interpol para notificar os países sobre foragidos da Justiça, permitindo sua detenção e extradição. A medida contra Zambelli se destaca porque a Interpol já havia recusado pedidos anteriores envolvendo figuras ligadas ao bolsonarismo, como os influenciadores Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio.

No caso de Allan dos Santos, a organização alegou falta de informações suficientes sobre os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Já no caso de Eustáquio, a negativa ocorreu diante de possíveis vínculos com pedidos de asilo político.

Ambos figuraram como nomes relevantes durante o governo Jair Bolsonaro e se tornaram alvos do STF por incitação ao crime e atos antidemocráticos.

A inclusão de Carla Zambelli na lista da Interpol, portanto, marca uma inflexão na postura da organização internacional, atendendo diretamente a uma solicitação do Supremo brasileiro e abrindo espaço para uma eventual prisão internacional da parlamentar, que segue foragida em país não revelado.

Redação Saiba+

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