Brasil
Gilson Machado nega crime após prisão e diz que só pediu passaporte para o pai
Ex-ministro de Bolsonaro foi preso pela PF no Recife; suspeita é de que ele teria tentado ajudar Mauro Cid a sair do país com passaporte português
O ex-ministro do Turismo e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado (PL), foi preso nesta sexta-feira (13) pela Polícia Federal, no Recife, durante operação que também teve como alvo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A ação investiga uma suposta tentativa de obtenção irregular de passaporte português para Cid, em possível tentativa de fuga do país.
Ao ser conduzido ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame de corpo de delito, Gilson Machado falou com a imprensa e negou qualquer envolvimento com o caso Mauro Cid.
“Não matei, não trafiquei drogas. Não tive contrato com traficante. Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, aqui no consulado do Recife”, declarou.
“Não estive presente em nenhum consulado, nem em embaixadas, seja de Portugal ou de qualquer outro país. A justiça de Deus tarda, mas não falha”, completou.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), que autorizou o avanço das investigações e as diligências da PF, há indícios de que Machado teria atuado junto ao consulado de Portugal no Recife, no mês passado, para viabilizar a saída de Mauro Cid do Brasil. No entanto, segundo as apurações, a emissão do documento não teria sido concretizada.
O advogado de Gilson Machado, Célio Avelino, afirmou que o ex-ministro já prestou depoimento à Polícia Federal e reforçou a versão de que o contato com o consulado português se deu apenas por telefone e exclusivamente para renovar o passaporte do pai de Machado.
Após os procedimentos no IML, o ex-ministro foi encaminhado para o presídio de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife, onde permanece sob custódia.
Trajetória e vínculo com Bolsonaro
Gilson Machado ficou conhecido por ser uma das figuras mais próximas de Bolsonaro, participando de lives ao lado do ex-presidente, tocando sanfona e promovendo pautas conservadoras. Foi presidente da Embratur, depois ministro do Turismo, e tentou se eleger senador por Pernambuco em 2022, sem sucesso. Em 2024, disputou a prefeitura do Recife, mas novamente foi derrotado nas urnas.
Em seus perfis nas redes sociais, se apresenta como veterinário, cristão conservador e bolsonarista convicto, declarando fidelidade política ao ex-presidente, a quem chama de mentor.