Política
Eleitores ‘nem Lula, nem Bolsonaro’ ampliam percepção de culpa de Bolsonaro em atos do 8/01
Pesquisa Genial/Quaest aponta que cresce entre os brasileiros, sobretudo entre os eleitores “nem-nem”, a percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve participação direta nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A poucos dias do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o chamado “núcleo crucial” dos atos do dia 8 de janeiro, a percepção sobre a culpa de Jair Bolsonaro (PL) se intensificou. Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana, 52% da população acredita que o ex-presidente participou da tentativa de golpe, número que em dezembro era de 47%.
O aumento se dá especialmente entre os eleitores que não se identificam nem com Lula nem com Bolsonaro, o grupo chamado de “nem-nem”. Nesse segmento, 58% já enxergam o envolvimento direto de Bolsonaro, índice superior à média nacional.
Outro ponto relevante é que 55% dos brasileiros consideram justa a prisão domiciliar do ex-presidente, contra 39% que a julgam injusta. A pesquisa também mostra que 57% da população interpretou como provocação ao ministro Alexandre de Moraes a participação de Bolsonaro, por videoconferência, em ato político realizado neste mês, mesmo sob restrição judicial.
Julgamento no STF
O julgamento de Bolsonaro e de outros sete aliados começa no dia 2 de setembro, com sessões até o dia 12. O relator, ministro Alexandre de Moraes, deve apresentar voto dividido em duas etapas: análise das teses das defesas e do mérito da acusação, seguida da dosimetria das penas, caso haja maioria pela condenação.
Opinião pública e impactos
Sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, 49% dos entrevistados consideram a medida injusta, enquanto 39% aprovam. Já em relação ao impeachment do ministro, a sociedade se mostra dividida: 46% defendem a saída de Moraes, enquanto 43% são contrários.
Para o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o processo deve trazer “algum grau de tensão para o país”, mas também sinaliza que o tribunal está pronto para enfrentar um dos julgamentos mais sensíveis da história recente.
