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Ato no RJ: Bolsonaro tem pedido de anistia para condenados do 8/1 e faz críticas ao STF

Ex-presidente diz que não vai sair do Brasil e que será um problema preso ou morto

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A manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, com foco na anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, tem desviado a atenção do pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento teve início às 10 horas em Copacabana, no Rio de Janeiro, e contou com discursos emocionados e reivindicações claras. Bolsonaro destacou a situação das mulheres presas ou com maridos detidos nos eventos de janeiro e enfatizou a importância da aprovação do projeto de lei da anistia. Ele também negou qualquer tentativa de golpe.

As críticas ao Supremo Tribunal Federal, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, foram evidentes ao longo da manifestação, juntamente com ataques ao atual governo e ao presidente Lula. Diversos líderes políticos, como senadores, deputados e governadores, se pronunciaram no evento, ressaltando a importância da causa.


O pastor Silas Malafaia também fez um discurso contundente, apontando as decisões de Moraes que, segundo ele, ameaçam a segurança jurídica do país e criticando os múltiplos papéis do ministro nos inquéritos.

A oposição debateu o foco da manifestação no Rio de Janeiro

Com diferentes opiniões surgindo até fevereiro deste ano, enquanto alguns defendiam incluir o pedido de impeachment contra Lula como prioridade do protesto, o ex-presidente sugeriu que o foco fosse nos presos e nas críticas ao atual mandatário, visando a rejeição de uma possível reeleição do petista. Em contrapartida, Bolsonaro inicialmente destacou temas como liberdade de expressão, segurança, custo de vida, “Fora Lula 2026” e “anistia já” em um vídeo publicado, mas posteriormente mudou o tom ao indicar que a anistia seria a principal pauta do protesto em um vídeo divulgado recentemente por aliados próximos.

A mudança de foco levanta especulações, como a necessidade do ex-presidente manter a polarização com Lula para preservar seu capital político, e a possibilidade de que a defesa da anistia aos presos do 8 de janeiro também beneficie Bolsonaro, que enfrenta acusações da Procuradoria-Geral da República por suposto golpe de Estado.


O ato deve contar com membros de peso da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES); o pastor Silas Malafaia e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO), Luciano Zucco (PL-RS), Sargento Fahur (PSD-PR), Zé Trovão (PL-SC), Joaquim Passarinho (PL-PA), Júlia Zanatta (PL-SC), Carol De Toni (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Capitão Alden (PL-BA), Maurício Marcon (Podemos-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MT), Sanderson (PL-RS) e Hélio Lopes (PL-RJ).

Os governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Tárcísio Gomes de Freitas, de São Paulo; e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, confirmaram a ida ao ato. Já o governador Ronaldo Caiado (União), de Goiás, disse que não irá ao evento, mas que defende a anistia.

“No domingo, estarei mobilizando colegas de outros estados. A partir de agora, viajarei mais, pois o único problema identificado nas pesquisas é que sou pouco conhecido”, disse Caiado ao jornal O Estado de São Paulo.

Além dele, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, não irá participar do ato. “Não vou. Nunca fui a esses eventos. Acho que a anistia deve ser revista, tem gente injustiçada, mas não vou”, disse o chefe do Executivo paranaense em entrevista ao Valor Econômico.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelou a ida ao evento por motivos de saúde. Segundo sua assessoria, ela se encontra em pós-operatório devido a uma cirurgia e possui restrições médicas.

O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) é um dos que ressaltam que a principal preocupação no ato deve ser a situação das pessoas presas em decorrência das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É claro que tirar o Lula é muito importante para o país, mas a gente não pode se esquecer, em primeiro lugar, das vítimas desses absurdos.”

Ele cita o caso de Debora Rodrigues dos Santos como um exemplo. Ela está presa há quase dois anos por pixar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, que se localiza em frente ao STF, durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “É um caso impactante de uma mulher que não fez absolutamente nada, sem antecedentes criminais, sem julgamento, fica dois anos presa. É inaceitável”, afirmou Marcon.

O deputado Capitão Alden (PL-BA) também ressalta a necessidade de se defender a liberdade de expressão, que, segundo ele, está sob ameaça.

“Neste dia, defenderemos a nossa liberdade de expressão, que gradativamente estamos perdendo nesta “censura” velada”, criticou.

O parlamentar também citou as preocupações com a segurança pública e fez críticas ao governo Lula.

“A segurança pública jamais poderá ser esquecida, pois o Brasil está jogado nas mãos da criminalidade. E o “Fora Lula 2026” é um tema que também estará no contexto.”

Esta será a quarta manifestação liderada pelo ex-presidente. A primeira teve lugar na Avenida Paulista em 25 de fevereiro do ano passado, seguida por um segundo evento em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 21 de abril.

O terceiro protesto ocorreu novamente em São Paulo, no feriado de 7 de setembro de 2024. Após o evento no Rio, a próxima manifestação está agendada para 6 de abril deste ano, na Avenida Paulista, com o foco na questão da anistia.

Redação Saiba+

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