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Papa faz sua primeira aparição pública após o período de internação
A equipe médica comunicou a liberação do pontífice e informou que ele continuará em repouso por um período de dois meses na Casa Santa Marta, sua moradia oficial no Vaticano.
O Papa Francisco fez uma aparição neste domingo, 23, no hospital público Gemelli, em Roma, para saudar os fiéis e conceder sua bênção. Esta foi a sexta vez consecutiva que ele realizou o Angelus por escrito.
Dezenas de pessoas se reuniram para ver o líder da Igreja Católica ao vivo, sendo esta a terceira vez que ele se mostra desde o início de seu tratamento há 38 dias. A equipe médica confirmou a alta do Papa, que seguirá para sua residência oficial no Vaticano, a Casa Santa Marta, onde terá um período de transição e repouso de pelo menos dois meses sob monitoramento médico.
Durante sua recuperação, o Papa evitará grandes encontros e esforços físicos. Desde que foi internado em 14 de fevereiro, ele enfrentou diversos desafios de saúde, incluindo uma pneumonia nos pulmões e insuficiência renal, mas apresentou melhoras nos últimos dias. Mesmo debilitado, o Papa manteve sua rotina de orações e trabalho, participando de missas e despachando documentos. Ainda que ausente, ele continuou acompanhando os assuntos do Vaticano e a agenda da Igreja Católica.
Angelus
Queridos irmãos e irmãs, bom domingo! A parábola que encontramos no Evangelho de hoje nos fala da paciência de Deus, que nos exorta a fazer de nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem de uma figueira estéril, que não produziu os frutos esperados e que, no entanto, o agricultor não quer cortar: deseja adubá-la mais uma vez para ver “se dará fruto no futuro” (Lc 13,9). Esse agricultor paciente é o Senhor, que trabalha com zelo o terreno de nossa vida e aguarda confiante o nosso retorno a Ele.
Neste longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares dos doentes. Essa paciência confiante, ancorada no amor de Deus que nunca falha, é verdadeiramente necessária à nossa vida, especialmente para enfrentar as situações mais difíceis e dolorosas.
Entristece-me a retomada dos pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantas mortes e feridos. Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertos e se alcance um cessar-fogo definitivo.
Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional. Alegra-me, por outro lado, que a Armênia e o Azerbaijão tenham acordado o texto definitivo do Acordo de Paz.
Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim, contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso. Com tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes muito! Eu também rezo por vocês.
E juntos imploramos pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo. Que a Virgem Maria nos proteja e continue a nos acompanhar no caminho rumo à Páscoa.