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Obra da Fiol, primeira do Novo PAC, tem contrato suspenso com 75% de avanço

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A construção do Trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que conecta Caetité a Ilhéus, na Bahia, foi suspensa com 75% das obras concluídas. A paralisação foi anunciada pela Bamin, subsidiária do Grupo ERG e responsável pelo projeto, após a desmobilização do contrato de obras na última segunda-feira (31/3).

Em nota divulgada nesta terça-feira (1º/4), a Bamin informou que rescindiu o contrato com a construtora Prumo Engenharia, mantendo, contudo, os serviços de manutenção e as obrigações socioambientais do Projeto Integrado Pedra de Ferro. Desde o início da concessão, em 2021, a ERG já investiu R$ 784 milhões na ferrovia e segue em busca de investidores para viabilizar a continuidade do projeto. O motivo da suspensão não foi detalhado.

O Trecho 1 da Fiol foi anunciado em julho de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a primeira obra do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A previsão inicial de conclusão era 2027, mas, durante visita à Bahia em agosto de 2023, Lula cobrou que a entrega ocorresse até dezembro de 2026.

“Peço aos empresários que abandonem a meta de 2027. É preciso concluir até o fim de 2026 – mesmo que isso exija trabalho extra. Não podemos correr o risco de novos entraves políticos paralisarem a obra novamente”, declarou o presidente na ocasião.

A paralisação do contrato também gerou preocupação entre os trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA) alertou que a interrupção pode resultar em demissões em massa.

“O Sintepav-BA realizará uma assembleia com os trabalhadores no canteiro de obras em Uruçuca nesta quarta-feira (2/4) para discutir os próximos passos. Qualquer desligamento coletivo deve seguir as normas trabalhistas, incluindo diálogo com o sindicato. A falta de transparência da empresa demonstra irresponsabilidade social e institucional”, afirmou a entidade em nota.

A concessão da Fiol Trecho 1, assinada em setembro de 2021 com o Ministério da Infraestrutura, tem prazo de 35 anos. A ferrovia, que atravessará 19 municípios, terá capacidade para transportar até 60 milhões de toneladas de carga por ano. Enquanto o Trecho 1 enfrenta desafios, os Trechos 2 (Caetité a Barreiras, 485 km) e 3 (Barreiras a Figueirópolis, 505 km), sob responsabilidade do Governo Federal, seguem em andamento.

O Saiba Mais Bahia tentou contato com a Prumo Engenharia, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Redação Saiba+

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