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Em uma semana, 10 estados são vítimas do MST

O MST tem um respaldo histórico do presidente Lula. Em 2022, um dos principais nomes do movimento, João Paulo Rodrigues, ajudou a coordenar a campanha do petista.

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Foto: flickr.com/photos/mstoficial/

Em apenas uma semana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu 19 invasões e protestos em dez estados do país como parte do chamado “Abril Vermelho”. A ofensiva faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que se estende até 17 de abril, data que marca os 29 anos do massacre de Eldorado do Carajás (PA). No entanto, as ações têm gerado forte preocupação no campo, com ocupações que atingiram propriedades produtivas, centros de pesquisa e empresas privadas.

A nova onda de invasões se espalhou pelo Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Só em Pernambuco, o MST tomou ao menos quatro propriedades, entre elas a Fazenda CopaFruit, em Petrolina, e a Usina Santa Teresa, no município de Goiana.

Apoio de Lula

Não é de hoje que o MST atua à margem da legalidade, mas desde a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2023, o movimento parece agir com ainda mais liberdade. As ações são acompanhadas por declarações do próprio governo que, em vez de condenar as invasões, endossa as pautas e até amplia recursos orçamentários.

O presidente Lula (reprodução/Reprodução)

Um exemplo foi a visita de Lula a um acampamento do MST em Minas Gerais, onde afirmou “saber de que lado está” e reforçou laços com os militantes. Coincidência ou não, pouco depois, o governo incluiu R$ 750 milhões no Orçamento para atender demandas do movimento.

O clima de impunidade e permissividade foi reforçado pela secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiavelli, que classificou o momento como “uma retomada radical da reforma agrária”. O ministro Paulo Teixeira, por sua vez, prometeu assentar 60 mil famílias até o fim do mandato, sinalizando que o governo está disposto a ceder, mesmo diante de práticas ilegais.

Foto: Luiz Fernando

Desde o início de 2024, o MST já havia sinalizado que endureceria a pressão. Em janeiro, durante encontro em Belém, líderes do grupo cobraram o assentamento de 100 mil famílias e mais recursos do governo. Em março, entre os dias 11 e 14, o movimento promoveu mais de 70 ações em todas as regiões do país.

A escalada de tensões no campo, impulsionada por um governo que relativiza a lei em nome de compromissos ideológicos, acende o alerta para produtores, investidores e instituições ligadas à segurança jurídica no Brasil. O que está em curso não é apenas a reivindicação por terras, mas um modelo de chantagem política que ameaça a ordem, a propriedade privada e o próprio Estado de Direito.

Redação Saiba+

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