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Google é declarado culpado por monopólio em publicidade
A gigante da tecnologia Google foi declarada culpada por manter um monopólio no mercado de anúncios digitais. A decisão foi tomada por um tribunal federal no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, e representa um marco importante na atuação das autoridades contra práticas anticompetitivas no setor de tecnologia.
O julgamento, que começou há dois anos, partiu de uma ação movida pelo governo dos EUA em conjunto com oito estados. A acusação principal era de que o Google abusou de seu domínio para manter e expandir o controle sobre o mercado de publicidade online, prejudicando a concorrência.
De acordo com a decisão, a empresa teria violado a Lei Sherman, legislação antitruste centenária dos EUA, ao centralizar o mercado por meio de ferramentas específicas como o AdX (Ad Exchange) e o DFP (DoubleClick for Publishers) – ambos componentes do Google Ad Manager, plataforma dominante para anúncios digitais.
O que acontece agora?
A sentença final ainda não foi emitida, mas o tribunal já iniciou os preparativos para definir quais medidas corretivas serão impostas ao Google. Entre as possibilidades estão:
- Imposição de restrições ao uso das ferramentas de anúncios, para garantir maior equilíbrio competitivo no setor;
- E, no cenário mais severo, a separação do negócio de publicidade digital da estrutura principal do Google, o que significaria o desmembramento da big tech.
Essa seria uma das mais drásticas decisões antitruste dos últimos anos e pode ter impactos profundos na forma como o mercado global de anúncios funciona.
Não é um caso isolado
O Google enfrenta outro processo antitruste nos EUA, desta vez por seu domínio no mercado de buscas. Embora já tenha sido declarado culpado, a sentença desse caso também ainda está pendente e deve ser anunciada nos próximos meses.
Outras empresas de tecnologia também estão na mira das autoridades. A Meta (dona do Facebook) responde a um processo que a acusa de eliminar concorrência ao adquirir Instagram e WhatsApp.
Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock
As ações fazem parte de um movimento mais amplo do governo norte-americano para frear o poder das grandes empresas de tecnologia e reforçar as leis de concorrência no ambiente digital.