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STF não garante julgamento justo a Bolsonaro, diz revista britânica

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Bolsonaro e Alexandre de Moraes / Montagem Saiba Mais Bahia

A imagem de imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro começa a ruir até mesmo fora das fronteiras nacionais. Desta vez, o alerta não veio de vozes políticas internas, mas da influente revista britânica The Economist, uma das mais tradicionais publicações do pensamento liberal internacional. Em análise publicada recentemente, a revista deixa claro: o ex-presidente Jair Bolsonaro não terá um julgamento justo e imparcial na mais alta Corte do país.

A publicação que, historicamente, nunca escondeu sua antipatia por Bolsonaro, afirma, com diplomacia britânica, mas sem ambiguidades, que há uma distorção preocupante na forma como o STF tem conduzido processos de cunho político nos últimos anos.

Para The Economist, o julgamento de Bolsonaro é apenas mais um exemplo de um tribunal que vem operando fora dos parâmetros normais de qualquer sociedade democrática: processos conduzidos em câmaras menores, prisões preventivas prolongadas, inquéritos que se estendem por anos sem conclusão, réus julgados em lote e até decisões motivadas por rivalidades pessoais entre ministros e acusados.

A análise ainda destaca o caráter político das decisões da Corte, algo que, segundo a revista, compromete sua credibilidade e põe em xeque sua capacidade de fazer justiça com independência. O julgamento do ex-presidente, diz a matéria, acontece num ambiente em que o STF já acumula episódios controversos, como a anulação em massa de processos da Lava Jato e decisões que interferem diretamente no processo político e eleitoral do país.

Apesar da crítica contundente, The Economist não é, nem de longe, simpática ao bolsonarismo, o que torna suas observações ainda mais relevantes. Quando até veículos avessos ao ex-presidente levantam dúvidas sobre a legitimidade de seu julgamento, é sinal de que algo vai muito mal com o sistema de Justiça brasileiro.

Para além das questões jurídicas, o episódio aponta para um desgaste crescente da imagem institucional do STF no exterior. A Corte, que nos últimos anos concentrou poderes inéditos e atuou como protagonista político no país, agora começa a ser confrontada pela opinião pública internacional, algo impensável até pouco tempo.

Em tempos de polarização extrema, a análise da revista britânica acende um sinal de alerta: não se trata mais de “narrativas” ou paixões partidárias.

O que está em jogo, segundo a própria The Economist, é a integridade do sistema democrático brasileiro e a preservação do princípio mais básico do Estado de Direito, o direito a um julgamento justo e imparcial.

Redação Saiba+

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