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Brasil: Chuvas e alagamentos causaram mais de 3.400 mortes

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Foto: https://www.freepik.com/

Um novo estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (23), traz um alerta preocupante: entre 1991 e 2023, eventos hidrológicos extremos como chuvas intensas, inundações e alagamentos resultaram em 3.464 mortes e prejuízos estimados em R$ 151 bilhões no Brasil. O levantamento foi feito em parceria com a consultoria GO Associados, com base em dados do Atlas Digital de Desastres do Ministério das Cidades e do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa).

Apesar do impacto recorrente desses eventos, mais de 30% dos municípios brasileiros ainda não contam com nenhum tipo de sistema de drenagem urbana. Apenas 5,3% têm um plano diretor específico para drenagem e manejo de águas pluviais, instrumento considerado essencial para prevenção de tragédias.

O estudo analisou 4.958 municípios (89% do total do país) e revelou que a falta de planejamento e infraestrutura agrava os efeitos das mudanças climáticas e dos eventos extremos. O Nordeste é a região mais afetada: 98,6% dos municípios não possuem plano de drenagem.

“A ausência de estrutura adequada para a drenagem pluvial torna as cidades brasileiras cada vez mais vulneráveis. E isso se soma à falta de acesso ao saneamento básico, à coleta e tratamento de esgoto, e à gestão de resíduos sólidos”, explica Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.

O levantamento também aponta que o investimento per capita necessário para universalizar os serviços de drenagem até 2033 é de R$ 117,01, mas atualmente esse valor está em R$ 43,79. O total necessário, segundo o Ministério das Cidades, é de R$ 250,4 bilhões em pouco menos de uma década.

Outro dado revelador vem do Censo 2022: mais de 80 milhões de brasileiros ainda vivem em áreas urbanas sem bueiros ou bocas de lobo, estruturas básicas para escoamento de água da chuva e prevenção de alagamentos. Apesar disso, houve crescimento na cobertura — em 2010, 39,3% da população urbana vivia em vias com bueiros; em 2022, esse número subiu para 53,7%.

O estudo reforça que, mesmo diante de escassez de recursos, prefeituras podem buscar apoio técnico de universidades e organizações da sociedade civil para desenvolver seus planos e projetos de drenagem, mitigando riscos e salvando vidas.

Redação Saiba+

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