Brasil
Lula se posiciona contra anistia e fala em reeleição

Em jantar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários da Casa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser contra a concessão de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. Segundo relatos de parlamentares presentes, Lula não orientou diretamente os votos sobre o projeto em tramitação na Câmara, mas deixou clara sua posição contrária ao perdão. Durante o encontro, o presidente também disse ter intenção de concorrer à reeleição em 2026, desde que esteja com saúde.
Além do posicionamento sobre a anistia, Lula solicitou apoio a dois temas centrais para o governo nos próximos meses: a PEC da Segurança Pública, cujo texto foi apresentado por ele aos presidentes da Câmara e do Senado, e o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda.
Entre os presentes estavam líderes de partidos da base e do Centrão, como Lindbergh Farias (PT-RJ), Antonio Brito (PSD-BA), Gilberto Abramo (Republicanos-MG), Pedro Lucas (União Brasil-MA), Doutor Luizinho (PP-RJ), Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Pedro Campos (PSB-PE), Mario Heringer (PDT-MG), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.

Hugo Motta e Lula em jantar com líderes na Câmara — Foto: Instagram/Reprodução
Apesar do tom político do encontro, a esperada reforma ministerial não foi mencionada. Segundo relatos, os líderes não se manifestaram favoravelmente nem contrariamente à posição de Lula sobre a anistia. O presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a prioridade da Casa será avançar com a agenda legislativa, incluindo as pautas econômicas e de segurança.
A definição sobre o futuro do projeto de anistia deve ocorrer nesta quinta-feira (25), durante reunião de líderes na Câmara, que incluirá representantes da oposição. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), já articulou o apoio necessário para votar o pedido de urgência da proposta, mas Hugo Motta ainda não decidiu se irá pautá-lo.

Presidente Lula e Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados. — Foto: Brenno Carvalho
Nos bastidores, a estratégia do presidente da Câmara é buscar um entendimento com o Supremo Tribunal Federal (STF) para revisar a dosimetria das penas impostas, o que poderia esvaziar a necessidade da anistia.
De acordo com o líder do governo, José Guimarães, “o presidente Lula pediu atenção especial à PEC da Segurança e à isenção do IR. Esse será o foco do governo no Parlamento nos próximos três meses.”
Guimarães também minimizou a presença de Pedro Lucas, que recentemente recusou convite para integrar o ministério:
“É natural. Ele é líder do União Brasil e vai colaborar com o governo.”