Bahia

Crise obriga UFBA a cortar ar-condicionado e paralisar obras

Universidade enfrenta cortes de verbas e impõe medidas de contenção para manter funcionamento básico.

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Foto: Reprodução

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou novas medidas de contenção de despesas diante da grave crise orçamentária que atravessa. Uma portaria publicada no último dia 14 de abril determina a redução no uso de aparelhos de ar-condicionado, restrições no funcionamento de elevadores e a suspensão de gastos não essenciais.

De acordo com a Portaria nº 102, assinada pelo reitor Paulo Cesar Miguez, salas de aula com janelas deverão permanecer sem ar-condicionado. Já nos prédios com mais de um elevador, apenas um equipamento será mantido em funcionamento, salvo nos casos de necessidade para transporte de pacientes ou pessoas com mobilidade reduzida.

O documento ressalta que, apesar do crescimento da universidade, os valores destinados ao seu custeio não acompanharam o aumento dos custos de gestão. A medida se assemelha à adotada em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a UFBA também sofreu com bloqueios de verbas. Agora, sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a instituição continua enfrentando sérias dificuldades financeiras.

Além das restrições no uso de energia e mobilidade, a portaria também determina:

  • Limitação do uso de ar-condicionado às áreas sem ventilação natural, bibliotecas, arquivos, museus, laboratórios e salas com equipamentos sensíveis;
  • Restrição do uso de ar-condicionado nas unidades administrativas ao horário das 8h às 16h;
  • Suspensão de despesas com viagens para congressos e eventos realizados após as 17h;
  • Proibição da aquisição de bens não essenciais;
  • Redução de serviços de telefonia móvel;
  • Diminuição nas ações de manutenção predial e conservação de áreas verdes, com prioridade apenas para emergências.

Paralelamente às medidas de contenção, a UFBA convive com o abandono de nove obras em seu campus. Edificações como o prédio do Instituto de Ciências da Informação (ICI) e o complexo do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) estão há mais de uma década paralisadas, acumulando deteriorações graves e prejuízos milionários.

Nove obras paralisadas na UFBA:

  • Construção da Biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas;
  • Construção do Anexo do Instituto de Física e do Instituto de Química;
  • Construção do Edifício Sede da Escola de Música;
  • Construção do Complexo do IHAC;
  • Reforma e ampliação da Escola de Medicina Veterinária;
  • Reforma da Faculdade de Odontologia para instalação do Laboratório de Prótese;
  • Construção do prédio Anexo da Escola Politécnica;
  • Construção da sede do Instituto de Ciência da Informação (ICI);
  • Reforma da fachada da Faculdade de Odontologia.

Segundo informações da própria universidade, problemas como embargos judiciais e descumprimento de contratos por parte das construtoras inviabilizaram a continuidade das obras. Relatórios apontam patologias graves nas estruturas abandonadas, exigindo inspeções emergenciais e reforços estruturais, sem, no entanto, avanços efetivos nas construções.

A UFBA anunciou a previsão de novas licitações apenas para 2026, enquanto a comunidade acadêmica aguarda soluções para os graves problemas estruturais que comprometem o funcionamento da instituição.

Redação Saiba+

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