Política

Governo Lula aposta em tarifa social da luz para recuperar apoio popular

Campanha publicitária destacará gratuidade e descontos na conta de energia para até 115 milhões de brasileiros, em meio à crise de imagem do Planalto

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da Republica

Em um momento de queda de popularidade e sucessivas crises administrativas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma ampla campanha publicitária para promover a tarifa social da energia elétrica. Considerada por auxiliares como a maior aposta social do terceiro mandato, a medida promete aliviar o bolso de até 115 milhões de brasileiros com gratuidade ou descontos na conta de luz.

A campanha está prevista para ser veiculada ainda este mês em rádio, televisão e internet. O foco será destacar os impactos positivos da política energética e associar diretamente os benefícios à gestão de Lula — uma estratégia para tentar reverter o desgaste recente causado por medidas impopulares e escândalos.

Entre os episódios que fragilizaram o governo nos últimos dias, estão o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as denúncias de fraudes bilionárias no INSS, que atingiram diretamente aposentados e pensionistas. A repercussão negativa levou representantes do agronegócio, da indústria, do comércio, bancos e seguradoras a pressionar o Congresso para derrubar o aumento do imposto.

Diante desse cenário, o Planalto vê na tarifa social um caminho para recuperar credibilidade e retomar a narrativa de um governo popular e comprometido com os mais pobres. “É o maior programa social do mandato”, avalia um interlocutor direto de Lula.

A política está inserida na medida provisória da reforma do setor elétrico, assinada por Lula em 21 de maio. As mudanças entram em vigor no início de julho, mas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.

Detalhes da medida:

  • Gratuidade na conta de luz para até 60 milhões de pessoas, com renda familiar per capita de até meio salário mínimo e consumo mensal de até 80 kWh.
  • Descontos para outros 55 milhões de brasileiros, com consumo mensal de até 120 kWh, por meio da isenção da taxa da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
  • Abertura total do mercado livre de energia, permitindo que qualquer consumidor escolha seu fornecedor — antes restrito a grandes empresas.

A expectativa do governo é que a liberalização do setor também reduza o custo da energia, estimule a concorrência entre fornecedores e aqueça a economia, principalmente entre consumidores de baixa renda.

Além disso, a medida integra um esforço maior do governo para pautar a agenda positiva nos próximos meses, diante de um cenário de pressão política e instabilidade na gestão pública.

Redação Saiba+

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