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Plano Safra 2025/26 libera R$ 516,2 bilhões, mas juros chegam a 14% ao ano

Governo aumenta valor do financiamento para médios e grandes produtores, mas eleva taxas de juros em até 2 pontos percentuais. Incentivos a práticas sustentáveis ganham protagonismo.

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O governo elevou as taxas de juros entre 1,5 ponto porcentual e 2 pontos porcentuais, para 8,5% a 14% ao ano no Plano Safra empresarial para 2025/26 Foto: Rafael Arbex

O Plano Safra 2025/26 começa oficialmente nesta terça-feira (1º) com a promessa de R$ 516,2 bilhões em crédito rural para médios e grandes produtores agrícolas, o que representa um aumento de 1,5% em relação à safra anterior. No entanto, os produtores terão que lidar com um custo maior: as taxas de juros subiram e agora variam entre 8,5% e 14% ao ano, de acordo com o tipo de operação e linha de crédito.

O destaque da nova edição do programa, anunciado pelo Ministério da Agricultura, está na ênfase a financiamentos sustentáveis e no reforço das exigências para operações de risco climático. O Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor), por exemplo, terá R$ 69,1 bilhões disponíveis com juros fixados em 10% ao ano.

A alta nas taxas, segundo o governo, foi considerada “inevitável” diante do cenário de aumento da Selic. Na safra passada, os juros variavam entre 7% e 12%. Agora, o custo do crédito aumentou entre 1,5 e 2 pontos percentuais.


Mais crédito, mais exigências

Do total de recursos, R$ 414,7 bilhões serão destinados ao custeio e à comercialização, o que representa uma elevação de 3,34%. Já as linhas de investimento receberão R$ 101,5 bilhões, queda de 5,41% em comparação ao ciclo anterior. Os valores incluem recursos de Cédulas de Produto Rural (CPRs) originadas de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com isenção fiscal e, portanto, consideradas subsídio indireto do governo.

O novo plano traz ainda mudanças nas regras de financiamento, como a exigência do cumprimento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para operações acima de R$ 200 mil. Antes, essa exigência valia apenas para pequenos produtores enquadrados no Pronaf.

“A medida é importante porque evita que o produtor financie fora da janela ideal, o que aumenta o risco à produção”, afirmou o ministro Carlos Fávaro, em entrevista ao Broadcast Agro.


Sustentabilidade como prioridade

Em linha com as políticas ambientais, o Plano Safra 2025/26 amplia o apoio a práticas sustentáveis. Entre as novidades, está a inclusão de crédito para produção de mudas, reflorestamento, culturas de cobertura e ações de combate a incêndios pelo subprograma RenovAgro Ambiental.

Também será permitido o financiamento para sementes de espécies nativas, insumos sustentáveis, além de ração e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da contratação do crédito — uma medida que busca flexibilizar o acesso a insumos pelos produtores.


Avaliação do mercado e próximos passos

Apesar da expansão dos recursos, representantes do setor criticam a elevação dos juros, considerada um entrave para produtores que enfrentam margens apertadas. Por outro lado, entidades do agro destacam os avanços nas linhas verdes e sustentáveis, que podem atrair investimentos voltados à exportação e atender demandas do mercado internacional.

Redação Saiba+

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