Política
Aladilce critica Bruno Reis por não transferir cargo durante viagem à Europa, mas Ana Paula rebate: “Não tinha necessidade”
Prefeito de Salvador esteve em audiência com o Papa Leão XIV e não passou o comando à vice-prefeita; oposição vê desrespeito institucional, mas Ana Paula minimiza polêmica
Durante as celebrações do 2 de Julho, em Salvador, a vereadora e líder da oposição na Câmara Municipal, Aladilce Souza (PCdoB), criticou a decisão do prefeito Bruno Reis (União Brasil) de não transferir o comando da Prefeitura para a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) enquanto esteve em viagem à Europa, onde participou de uma audiência com o Papa Leão XIV.
“É um absurdo isso, pois temos uma vice-prefeita na cidade, justamente para substituir o prefeito. Um prefeito não pode sair assim sem comunicar à Câmara. Espero que isso nunca mais aconteça”, declarou Aladilce, acusando o gestor de desrespeitar protocolos administrativos e políticos.
A ausência da formalização da passagem do cargo gerou repercussão nos bastidores políticos e foi vista por adversários como falta de consideração com a vice-prefeita, que também comanda a Secretaria de Cultura e Turismo da capital.
A Prefeitura de Salvador, por sua vez, justificou que a transmissão de cargo só é obrigatória em viagens com duração superior a 15 dias, o que não se aplicaria ao caso.
Ana Paula responde e diz que críticas são “assunto forçado”
Em entrevista coletiva durante o cortejo cívico, Ana Paula Matos minimizou a ausência da transferência de cargo. Segundo ela, não havia necessidade da formalização. “Em janeiro, quando Bruno tinha uma série de ações, quando ele viajou para a África, ele passou [o cargo]. Então, quando tiver atividades que necessitem, ele vai passar”, explicou.
A vice-prefeita também respondeu às críticas feitas pela oposição: “São pessoas que estão querendo assunto. Fizemos um São João lindo, com o Arraiá da Prefs que tomou protagonismo, e outras pessoas acabam tentando polemizar”, rebateu.
Festa popular e protagonismo feminino
Durante o evento, Matos destacou o simbolismo do 2 de Julho para a cultura e a cidadania baiana. “É uma festa da cultura, da cidadania, do povo. Mas é também do protagonismo feminino. Como mulher e gestora da Cultura de Salvador, me orgulho de fazer parte desse momento”, afirmou.
A discussão sobre a passagem de comando reacende o debate sobre relações institucionais dentro da gestão municipal, sobretudo em um momento de visibilidade política como o ciclo das festas juninas e o tradicional 2 de Julho, que marca a Independência da Bahia.
