Brasil
Pix: o que já faz e o que ainda vem por aí
Usado por 92% dos adultos no Brasil, sistema terá versão parcelada em setembro e já chama atenção até dos Estados Unidos
Lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central, o Pix já é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, presente na rotina de mais de 92% da população adulta. De acordo com a pesquisa “Pagamento em Transformação: Do Dinheiro ao Código”, realizada pelo Google, 62% dos brasileiros usam o Pix com frequência, número que cresce ainda mais entre os mais jovens — 76% dos usuários entre 18 e 24 anos afirmam utilizá-lo regularmente.
A mudança de comportamento é visível. Em 2019, o dinheiro em espécie liderava como forma de pagamento, com 43% de preferência. Em 2024, esse número caiu para apenas 6%. A preferência pelo Pix é explicada principalmente por sua praticidade, segurança e isenção de taxas.
Pix sob os olhos do mundo
O crescimento meteórico da ferramenta também chama atenção no cenário internacional. O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação contra o Brasil e citou o Pix como prática desleal de concorrência nos meios de pagamento eletrônico. Segundo o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), o Brasil estaria promovendo serviços estatais que desequilibram o mercado global.
Apesar da pressão, o Banco Central segue com planos de expansão do Pix, que deve ganhar novos recursos até o fim do ano, incluindo Pix parcelado, Pix em garantia e Pix internacional.
O que o Pix já permite hoje?
Pix tradicional
Transferências instantâneas entre contas a qualquer hora, inclusive fins de semana e feriados. Pode ser feito via chave (CPF, telefone, e-mail) ou QR Code. É gratuito para pessoas físicas e mais barato para empresas, por não depender de intermediários.
Pix Cobrança
Permite que empresas emitam cobranças via Pix, tanto para pagamentos imediatos quanto com vencimento futuro. O pagamento pode ser feito com QR Code ou pelo recurso “copia e cola”.
Pix Saque e Pix Troco
Comerciantes, lotéricas e caixas eletrônicos podem oferecer saques em dinheiro diretamente pela função Pix. O Pix Troco combina o saque com uma compra no mesmo estabelecimento.
Pix Agendado Recorrente
Permite programar transferências automáticas com valores fixos e repetição periódica — ideal para mesadas, pagamento de serviços recorrentes ou envio de dinheiro a familiares.
Pix por Aproximação
Lançado em 2024, permite pagar apenas aproximando o celular ou relógio digital da maquininha, sem abrir o app do banco ou escanear QR Code.
Pix Automático
Voltado para pagamentos recorrentes, como assinaturas ou contas mensais. O valor é debitado automaticamente da conta, com possibilidade de cancelamento até às 23h59 do dia anterior.
Pix por Comando de Voz
Alguns bancos já permitem transferências via comando de voz no WhatsApp, dispensando o uso direto do app bancário.
Pagamento de boletos com o Pix
Desde fevereiro de 2024, é possível pagar boletos escaneando o QR Code do documento, facilitando e agilizando o processo.
O que vem por aí?
Pix Parcelado (setembro/2025)
Modalidade permitirá parcelar o valor de uma compra via Pix, com liberação imediata para quem vende e parcelamento para quem compra. A operação funcionará como um crédito sem envolver o limite do cartão.
Pix em Garantia (2026)
Voltado para empresas, permitirá usar valores futuros de recebimentos via Pix como garantia para empréstimos. A expectativa é de reduzir custos de crédito para o varejo.
Pix Internacional
Ainda em fase de estudos pelo BC, mas já utilizado em países como Portugal e Argentina por brasileiros no exterior. Exige conta ativa no Brasil e chave cadastrada.
O Pix evoluiu de um meio de transferência rápida para um verdadeiro ecossistema de pagamentos. Em pouco mais de quatro anos, ele transformou os hábitos financeiros dos brasileiros, gerou impacto nos bancos tradicionais e agora desafia até modelos internacionais. E com novas funcionalidades a caminho, o sistema promete seguir liderando as inovações financeiras do país.
