Política
STF retoma julgamento de Carla Zambelli por porte ilegal de arma
Corte já tem maioria para condenar a deputada federal a mais de cinco anos de prisão e determinar a perda do mandato. Parlamentar está presa na Itália e aguarda extradição.
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira (15) o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O caso envolve o episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando a parlamentar foi filmada perseguindo um homem no bairro Jardins, em São Paulo, empunhando uma pistola.
Já há maioria de votos para condenar Zambelli a cinco anos e três meses de prisão, além da perda do mandato. O placar está em 6 a 0 a favor da condenação, conforme o voto do relator, ministro Gilmar Mendes. O julgamento havia sido interrompido por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. Após a devolução, Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam seus votos, consolidando a maioria. Ainda faltam votar Luiz Fux, André Mendonça, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.
Além deste processo, Zambelli também foi condenada pelo STF por ter solicitado a um hacker a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Nesta ação, a Corte igualmente determinou a perda do cargo.
A parlamentar deixou o Brasil após a condenação e está presa desde 29 de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, onde aguarda a conclusão do processo de extradição, que pode durar de um ano e meio a dois anos.
O caso de 2022
No dia 29 de outubro de 2022, Zambelli foi flagrada com uma arma em punho atravessando uma faixa de pedestres e perseguindo o jornalista Luan Araújo. A perseguição terminou dentro de um restaurante, onde a deputada ordenou que o homem se deitasse no chão. O episódio começou após uma discussão, em que, segundo relatos, Zambelli reagiu a provocações políticas. Um disparo chegou a ser efetuado.
A Justiça suspendeu seu porte de armas e determinou a apreensão de três delas, incluindo a pistola utilizada na ocasião. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a atribuir parte de sua derrota eleitoral ao incidente, o que Zambelli classificou como uma tentativa de transformá-la em “bode expiatório”.
Situação na Itália
A defesa de Zambelli alega problemas de saúde e pediu que ela aguarde a extradição em prisão domiciliar ou liberdade. A próxima avaliação médica está marcada para 18 de agosto, com decisão prevista para o dia 27. Até lá, ela seguirá detida.
