Brasil
Wagner Moura e artistas lideram atos contra PEC da Blindagem e anistia do 8 de janeiro
Mobilizações em diversas capitais reuniram multidões e contaram com grandes nomes da música e da cultura brasileira em defesa da democracia
As manifestações contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro tomaram as ruas neste domingo (21) em várias capitais brasileiras, com forte participação de artistas, personalidades públicas e milhares de cidadãos.
Em Salvador, o ator baiano Wagner Moura subiu em um trio elétrico ao lado da cantora Daniela Mercury, da percussionista Lan Lanh e da atriz Nanda Costa. Ovacionado pelo público, o artista declarou: “Eu tenho orgulho de ser da Bahia, porque aqui a extrema direita não se cria. Aqui não, pai. Aqui não”, em meio ao coro de “sem anistia”. Moura também criticou duramente as propostas em tramitação: “Sem blindagem e sem anistia. É por causa da anistia da ditadura que tivemos Bolsonaro, isso não pode se repetir”, afirmou.
No Rio de Janeiro, o palco em Copacabana reuniu nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque, que emocionaram o público ao cantar músicas históricas da resistência democrática, como Cálice e Divino, Maravilhoso. Outros artistas, como Paulinho da Viola, Ivan Lins, Lenine, Frejat, Geraldo Azevedo e Marina Sena, também se apresentaram em defesa da democracia.
Já em Brasília, quem comandou o trio elétrico foi o cantor Chico César, seguido de apresentações de Pepita e Djonga. Em Belém, o destaque foi a participação do ator Marco Nanini. Atores como Débora Bloch, Cláudia Abreu, Malu Mader, Caco Ciocler, Dira Paes e Renata Sorrah também marcaram presença em diferentes capitais, ampliando a mobilização nacional.
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados na última semana, restringe a abertura de processos criminais contra parlamentares e agora segue em análise no Senado. Já o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro teve sua urgência aprovada na Câmara e aguarda votação do mérito.
As ruas brasileiras deram uma resposta clara: artistas, intelectuais e milhares de cidadãos reforçaram o repúdio às tentativas de enfraquecer a democracia, unindo cultura e política em um movimento marcado por música, arte e resistência.
