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Bukele propõe trocar deportados por presos políticos venezuelanos

Proposta ocorre após Donald Trump atacar os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos.

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O presidente de El Salvador' Nayib Bukele - BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, propôs neste domingo (20) ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, uma troca inusitada: os 252 venezuelanos deportados dos Estados Unidos e atualmente presos em seu país, por 252 presos políticos mantidos pelo regime venezuelano.

A proposta foi feita por meio de uma postagem na rede social X, em que Bukele sugeriu um “acordo humanitário”. Os venezuelanos estão reclusos no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), prisão de segurança máxima construída pelo governo salvadorenho para abrigar membros de facções criminosas.

“Quero propor um acordo humanitário que contemple a repatriação de 100% dos 252 venezuelanos que foram deportados, em troca da libertação e entrega de um número idêntico dos milhares de presos políticos que o senhor mantém”, escreveu Bukele.

Entre os nomes citados na proposta estão o genro do líder opositor Edmundo González, Rafael Tudares; a ativista de direitos humanos Rocío San Miguel; e cerca de 50 cidadãos de outras nacionalidades, inclusive alguns asilados na embaixada da Argentina em Caracas.

Bukele destacou que, diferentemente dos deportados acusados de envolvimento com gangues como o Tren de Aragua , os presos políticos não cometeram crimes.

“A única razão pela qual estão presos é por terem se oposto ao senhor e às suas fraudes eleitorais”, acusou.

A proposta surge em meio a uma crescente crise diplomática envolvendo os EUA, após a Suprema Corte suspender as deportações de venezuelanos determinadas por Donald Trump com base em uma lei da era da guerra de 1798. Bukele tem sido um dos principais aliados de Trump na América Latina em sua política anti-imigração.

Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não respondeu oficialmente à proposta. O presidente venezuelano afirma que os deportados foram “sequestrados” e contratou advogados para representá-los em El Salvador.

Enquanto isso, os 252 venezuelanos permanecem detidos no Cecot, que tem capacidade para 40 mil presos e é considerada a maior penitenciária da América Latina.

Redação Saiba+

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