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STF julga nova denúncia da PGR sobre trama golpista de 2022

Primeira Turma da Corte analisa acusação contra mais sete suspeitos de tentar impedir posse de Lula; Bolsonaro já é réu no caso

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O Supremo Tribunal Federal inicia nesta terça-feira (6) mais uma etapa do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Desta vez, a Primeira Turma da Corte vai analisar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra um novo grupo de sete investigados, suspeitos de integrar o núcleo de operações estratégicas do plano golpista.

Composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, a Primeira Turma avaliará se há elementos suficientes para transformar os acusados em réus. Segundo a PGR, esse grupo teria atuado na disseminação de fake news sobre o sistema eleitoral e em ataques contra instituições democráticas e autoridades públicas.

Até o momento, 14 pessoas já se tornaram rés nas fases anteriores do processo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja denúncia foi aceita por unanimidade no fim de março. Ele é apontado como peça central do núcleo político da trama. A decisão que o tornou réu abre caminho para um julgamento de mérito ainda este ano, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.

Etapas do processo

Caso a nova denúncia seja aceita, os acusados passam à condição de réus e responderão a uma ação penal. A partir daí, terão direito à ampla defesa, podendo apresentar provas e arrolar testemunhas. O julgamento do mérito — isto é, se serão ou não condenados — deverá ocorrer no segundo semestre de 2025.

Além da denúncia da PGR, o processo é alimentado por colaborações premiadas e investigações da Polícia Federal. Uma das mais relevantes foi a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, homologada pelo STF em setembro de 2023. Em novembro de 2024, a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por articulação de golpe. Em fevereiro de 2025, a PGR formalizou a denúncia contra 34 envolvidos.

A nova análise reforça o cerco jurídico contra os responsáveis pela tentativa de ruptura democrática, considerada uma das mais graves da história recente do país. A depender das decisões da Corte, o processo pode redefinir o cenário político nacional para as eleições de 2026.

Redação Saiba+

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