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Irmã de Juliana Marins publica carta emocionada após tragédia na Indonésia

Jovem brasileira de 27 anos morreu após queda em vulcão; família se mobilizou por resgate e translado do corpo

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A morte da publicitária Juliana Marins, de 27 anos, após cair durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, gerou comoção nacional e motivou uma grande mobilização nas redes sociais. Quatro dias após o acidente, o corpo de Juliana foi finalmente resgatado, e sua irmã, Mariana Marins – @fxc_marins, publicou uma carta aberta comovente nas redes sociais em homenagem à jovem.

Tentei mover uma montanha na Indonésia por você”, escreveu Mariana em sua despedida. “Desculpa não ter sido suficiente, irmã.” O texto, publicado no perfil @resgatejulianamarins, detalha a ligação entre as duas e a dor diante da perda repentina e trágica.

Natural de Niterói (RJ), Juliana viajava pela Ásia em um mochilão, após passagens por países como Espanha, Holanda, Vietnã, Alemanha, Uruguai e Egito. Formada em Comunicação pela UFRJ, ela trabalhou em veículos como Multishow, Canal Off, Mynd e Rio2C, tendo também se dedicado à fotografia e ao cinema.

A jovem desapareceu na sexta-feira (20), após cair em um penhasco na trilha para o cume do monte Rinjani, uma das mais desafiadoras da Indonésia. O corpo foi localizado apenas na terça-feira (24) e resgatado na quarta-feira (25), levantando questionamentos sobre a lentidão no processo de busca e salvamento. A família afirma que Juliana ainda estava viva nos primeiros dias após a queda e que poderia ter sido salva com um resgate mais ágil.

Mobilização e solidariedade

Durante os dias de busca, Mariana criou uma página no Instagram para pressionar as autoridades e buscar apoio. O caso ganhou repercussão e mobilizou milhares de internautas. A prefeitura de Niterói assumiu o custo do translado do corpo de Juliana para o Brasil, diante da impossibilidade legal do governo federal de arcar com esse tipo de despesa, conforme estabelece o Decreto 9.199/2017.

“Hoje mais cedo conversei com Mariana, irmã de Juliana, e assumimos o compromisso da prefeitura com o translado da jovem”, publicou o prefeito Rodrigo Neves (PDT), que também decretou luto oficial de três dias na cidade.

A família reforçou nas redes sociais que não realizou nenhuma campanha de arrecadação de fundos, e alertou para páginas falsas tentando se aproveitar do caso.

Projeto de Lei quer mudar legislação

O episódio também reacendeu o debate sobre a responsabilidade do Estado brasileiro em casos como esse. O senador Romário Faria (PL-RJ) anunciou que apresentará o PL Juliana Marins, propondo que o governo federal possa custear o translado e a cremação de brasileiros mortos no exterior quando comprovada a incapacidade financeira da família.

Não é privilégio. É dignidade. É estender a mão quando a família mais precisa”, escreveu o senador em sua conta no Instagram.

A proposta dividiu opiniões nas redes. Enquanto alguns criticaram o uso de recursos públicos, outros argumentaram que o Brasil já custeia diversas despesas parlamentares, e que esse tipo de apoio deveria ser garantido aos cidadãos em situações extremas.

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) apresentou nesta quarta-feira (25) um projeto de lei que modifica o Decreto 9.199/2017 e propõe tornar a União responsável pelo custeio do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior, especialmente em casos de famílias em situação de vulnerabilidade.

A proposta surgiu após o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informar que não poderia arcar com os custos para trazer ao Brasil o corpo de Juliana Marins, de 26 anos, que morreu na Indonésia.

“Já que o problema é a legislação, acabei de apresentar um projeto de lei para que a União se torne responsável pelas despesas com o traslado do corpo de brasileiros de famílias hipossuficientes que vierem a óbito no exterior”, explicou o deputado.

Luto e homenagem

Na carta publicada por Mariana, além da dor da perda, ela fala do amor incondicional entre as irmãs, das memórias compartilhadas e da ausência que Juliana deixará em momentos marcantes da vida.

“Como vou ser velha sem você? Como terei 60 anos sem você do meu lado?”, escreveu. “Você sempre foi doidinha de tudo, com o melhor humor do mundo. A vida vai ser muito difícil sem você.”

Juliana será velada em sua cidade natal, e a família ainda aguarda a liberação do corpo, que passa por exames periciais na Indonésia.

Redação Saiba+

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