Brasil
Laudo confirma morte rápida de Juliana e Lula revoga decreto que impedia traslado de corpos
Autópsia confirma que Juliana Marins morreu por trauma torácico após queda em vulcão; nova regra do governo permite custeio em casos excepcionais
O governo federal revogou nesta quinta-feira (26) um decreto de 2017 que impedia o custeio com recursos públicos do traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior. A decisão foi motivada pela repercussão do caso da jovem Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair em uma encosta durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
O novo decreto, publicado no Diário Oficial da União, autoriza o custeio em quatro situações específicas: quando a família comprovar falta de recursos; quando não houver seguro ou contrato de trabalho cobrindo o traslado; em casos de comoção pública; e desde que haja orçamento disponível.
A mudança na legislação acontece em meio à comoção nacional provocada pela morte de Juliana, cujo corpo foi encontrado após dias de buscas em um dos trechos mais perigosos da trilha até o segundo vulcão mais alto da Indonésia.
Laudo confirma morte rápida por hemorragia interna
Segundo laudo divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Médico Legal de Bali, Juliana morreu cerca de 20 minutos após a queda, por conta de um trauma torácico severo. O impacto causou hemorragia interna massiva e comprometeu órgãos vitais ligados à respiração.
“O ferimento mais grave foi no tórax, com destaque para a região das costas. Isso provocou colapso respiratório e morte rápida”, explicou o médico legista Ida Bagus Putu Alit, em coletiva de imprensa.
Outros ferimentos foram encontrados na cabeça, membros e costas, mas não houve sinais de hipotermia, como se chegou a cogitar. “Pelo padrão das lesões, estimamos que ela faleceu no máximo 20 minutos após a queda. Não houve sofrimento prolongado”, completou Alit.
A autópsia foi realizada no Hospital Bali Mandara, para onde o corpo foi transferido na última quinta-feira, em ambulância especializada. A região de Rinjani não possui médicos forenses habilitados, o que exigiu o transporte até Bali para a realização dos exames.
Caminhada fatal e mobilização nacional
Juliana caiu em 21 de junho, em uma área conhecida como Cemara Nunggal, a 2.600 metros de altitude. O local é reconhecido pelo solo instável e pela visibilidade limitada, o que dificultou os trabalhos das seis equipes de resgate e dois helicópteros mobilizados.
A operação durou cinco dias e mobilizou redes sociais brasileiras, que pressionaram autoridades e mantiveram a história em destaque. Familiares e amigos da jovem fizeram apelos emocionantes por apoio e transparência, o que aumentou a cobrança por uma resposta institucional.
Com a nova regra, o governo federal sinaliza maior sensibilidade para casos que envolvem brasileiros em situações de comoção pública internacional, como o de Juliana Marins.
