Brasil
Governo Lula: Correios acumulam R$ 2,75 bilhões em dívidas e suspendem pagamentos
Estatal afundada em crise financeira deixa de pagar fornecedores, tributos e plano de saúde dos funcionários em meio a rombo histórico
O governo Lula enfrenta mais um escândalo na gestão de estatais: os Correios acumulam R$ 2,75 bilhões em dívidas e anunciaram a suspensão de pagamentos a fornecedores, impostos e até aos próprios funcionários. Um documento interno revela que a estatal vive uma grave crise de liquidez e tenta evitar o colapso financeiro.
Com 11 trimestres consecutivos de prejuízo, a empresa pública registrou um rombo de R$ 1,7 bilhão só no primeiro trimestre de 2025, o maior desde 2017.
Entre os pagamentos suspensos estão:
- INSS Patronal – R$ 741 milhões
- Fornecedores – R$ 652 milhões
- Postal Saúde (plano de saúde dos funcionários) – R$ 363 milhões
- Remessa Conforme – R$ 271 milhões
- Vale-alimentação/refeição – R$ 238 milhões
- PIS/Cofins – R$ 208 milhões
- Postalis (fundo de pensão) – R$ 138 milhões
- Franqueadas – R$ 135 milhões
Mais da metade das dívidas geram multa e juros diários, e segundo a própria estatal, 53% dos valores vencidos podem comprometer o funcionamento da empresa no curto prazo.
Dívidas, ações na Justiça e tentativa de socorro
A Receita Federal identificou mais de R$ 1,3 bilhão em tributos não pagos. Empresas terceirizadas também acionaram a Justiça cobrando R$ 104 milhões. Sem caixa, a estatal busca R$ 1,8 bilhão em novos recursos, mas ainda não informou se virão do mercado ou do Tesouro Nacional.
No fim de 2024, os Correios recorreram a dois empréstimos bancários de R$ 550 milhões, com vencimentos já iniciados. A empresa também aguarda um empréstimo de R$ 4,3 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, que só poderá ser usado em projetos ambientais e de logística — não para pagar dívidas.
Culpa do mercado ou má gestão?
A estatal alega que a crise foi agravada por “mudanças regulatórias”, perda de competitividade no comércio eletrônico e aumento da concorrência privada, além do histórico de subinvestimento e estrutura de custo rígida, que consome 88% do orçamento com despesas fixas.
Apesar disso, a empresa afirma que sua operação está garantida e que medidas estruturais estão em andamento para reverter a situação.
