Brasil
Prêmio Nobel: o Brasil pode ter inventado o futuro do dinheiro
Em artigo publicado nos EUA, economista elogia o Pix e aponta o sistema brasileiro como modelo para o mundo, em contraste com retrocessos na política digital americana
O economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia e colunista do jornal The New York Times, afirmou que o Brasil pode ter “inventado o futuro do dinheiro” ao desenvolver o Pix. No artigo intitulado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, Krugman destaca que o sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central já alcança 93% da população adulta e representa um avanço que os EUA não conseguiram acompanhar.
Em forte crítica ao cenário político e financeiro americano, Krugman compara o Pix ao Zelle — sistema privado operado por bancos nos EUA — e afirma que o modelo brasileiro é muito mais eficiente, acessível e seguro. Segundo ele, enquanto apenas 2% dos americanos usaram criptomoedas para pagamentos em 2024, o Pix se tornou dominante no Brasil.
Os principais destaques do artigo:
- Pix como base para uma futura moeda digital
Krugman aponta que o Brasil está na frente ao preparar a transição para uma CBDC (moeda digital do Banco Central), enquanto os EUA proibiram esse caminho. “Sabemos que é possível criar uma moeda digital eficiente, porque o Brasil já fez isso”, afirmou. - Inovação pública vs. interesses privados
Ele critica a recente legislação americana aprovada sob o novo governo Trump, que favorece criptomoedas e impede a criação de uma CBDC nos EUA, protegendo os interesses da indústria financeira privada. - Baixo custo, alta inclusão
O economista elogia o Pix por baixos custos de transação, rapidez e inclusão financeira, algo que o blockchain prometeu, mas nunca entregou. - Segurança acima da criptoanarquia
Em tom irônico, Krugman afirma que, ao contrário das criptomoedas, o Pix não incentiva sequestros para obter senhas e se mostra mais seguro para o dia a dia. - Brasil como exemplo global
Apesar de ressalvas sobre o cenário político brasileiro, Krugman afirma que outras nações podem aprender com o sucesso do Pix, mas os EUA devem continuar reféns de “interesses pessoais e fantasias cripto”.
Além do elogio ao Pix, Krugman também criticou duramente o aumento de tarifas contra o Brasil anunciado por Trump, classificando a medida como parte de um “programa de proteção a ditadores” e chamando a nova política comercial americana de “megalomaníaca e demoníaca”.
“A maioria das pessoas provavelmente não considera o Brasil um líder em inovação financeira. Mas o país criou um sistema que funciona, enquanto os EUA seguem travados por lobbies e ideologias ultrapassadas”, concluiu Krugman.
