Política

Governo dribla regras fiscais e libera R$ 20,6 bi para ministérios

Mesmo com arrecadação incerta, Lula destrava verbas e beneficia áreas como Defesa, Cidades e Saúde

Publicado

em

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva / Foto: Wilton Junior

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (30) o decreto que libera R$ 20,6 bilhões em despesas do Orçamento de 2025. A medida foi viabilizada após o governo revisar para cima a expectativa de arrecadação com leilões de petróleo e restabelecer a validade do decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Em maio, o governo havia anunciado um contingenciamento de R$ 31,3 bilhões, que agora foi reduzido para R$ 10,7 bilhões. Os ministérios das Cidades, da Defesa e da Saúde foram os maiores beneficiados, apesar de ainda enfrentarem bloqueios vinculados ao teto de gastos do novo arcabouço fiscal.

A liberação segue o modelo de “faseamento”, que limita o ritmo dos gastos ao longo do ano. Dos R$ 221 bilhões em despesas previstas, R$ 157,7 bilhões poderão ser usados até setembro, R$ 179,1 bilhões até novembro, e o restante somente em dezembro.

A medida causou reação negativa no mercado financeiro. Economistas e a Consultoria de Orçamento do Senado criticaram o uso de projeções incertas de arrecadação e o fato de o governo estar mirando o piso da meta fiscal, o que, segundo analistas, abre margem para afrouxar o controle de gastos.

O governo, por outro lado, afirma que a arrecadação está crescendo de forma consistente e que mantém o compromisso com as regras fiscais. A equipe econômica garante que há controle sobre as despesas e que o decreto está dentro da legalidade.

Veja como ficaram os principais orçamentos (em R$ milhões):

  • Ministério da Saúde: recebeu R$ 1,7 bilhão
  • Ministério da Defesa: cerca de R$ 800 milhões
  • Ministério das Cidades: próximo de R$ 1 bilhão
  • Ministério da Fazenda: acréscimo de R$ 1,1 bilhão
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública: mais R$ 595 milhões

Entenda a diferença entre bloqueio e contingenciamento:

  • Contingenciamento: o governo congela despesas por frustração de receitas, para cumprir a meta fiscal — zerar o déficit em 2025.
  • Bloqueio: ocorre para respeitar o teto de despesas do novo arcabouço fiscal. Quando gastos obrigatórios aumentam, o governo bloqueia despesas não obrigatórias para compensar.
Redação Saiba+

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas da Semana

Sair da versão mobile