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Congresso em pé de guerra: aliados de Bolsonaro exigem anistia total, impeachment de Moraes e fim do foro privilegiado

Após prisão domiciliar do ex-presidente, parlamentares prometem paralisar o Congresso e desafiam Alcolumbre a pautar a “agenda da liberdade”

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Parlamentares da base bolsonarista reagiram com força à decisão do STF que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em coletiva nesta terça-feira (5), deputados e senadores anunciaram uma ofensiva política batizada de “pacote da paz”, composta por três medidas: anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, impeachment do ministro Alexandre de Moraes e fim do foro privilegiado para autoridades.

Segundo os congressistas, o movimento tem como alvo principal o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tem engavetado pedidos de impeachment e travado discussões sobre prerrogativas do Judiciário. Em resposta, a oposição prometeu obstruir votações tanto na Câmara quanto no Senado, como forma de pressionar a retomada desses debates.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, afirmou que a prisão do pai “dá mais força política” ao grupo, mas lamentou a situação do ponto de vista pessoal. Para ele, a nova fase da perseguição judicial deve gerar “reação proporcional” no Parlamento e nas ruas.

“É hora de defender a democracia de verdade. O que está em jogo agora é o direito de se manifestar, o devido processo legal e o equilíbrio entre os Poderes”, disse Flávio.

A pauta da anistia, que perdeu força com a resistência do centrão, volta ao centro das articulações bolsonaristas com a expectativa de votação ainda neste semestre. O projeto propõe uma “anistia ampla, geral e irrestrita”, não apenas aos manifestantes presos pelos atos de 8 de janeiro, mas também ao próprio Bolsonaro, alvo de investigações no STF.

Aliados afirmam que a adesão popular aos protestos realizados no último domingo fortaleceu o movimento dentro do Congresso. Segundo interlocutores do PL, há uma “nova sensibilização” na classe política, diante da repercussão negativa da prisão domiciliar.

A bancada pretende também reacender o debate sobre o foro especial por prerrogativa de função, argumentando que o mecanismo tem sido usado como escudo por ministros e políticos protegidos, enquanto opositores são alvos de investigações sem o mesmo critério.

Embora a chamada “pauta de enfrentamento” não tenha apoio unânime, líderes da oposição veem nas próximas semanas uma janela decisiva para avançar em temas que até então estavam travados por articulações do governo e da base aliada no Senado.

Redação Saiba+

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