Política

Haddad defende taxação de aplicações como peça-chave para o orçamento

Ministro afirma que tributar rendimentos financeiros é essencial para fechar as contas de 2026

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Foto: Wilton Junior/

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação sobre aplicações financeiras como instrumento indispensável para viabilizar o Orçamento de 2026 sem abrir mão de investimentos e políticas sociais. Segundo ele, a proposta já está em discussão por meio de medida provisória alternativa ao IOF, que inclui tributação de títulos antes isentos.

Durante audiência pública, Haddad alertou que, na ausência de aprovação da MP, o governo terá de promover cortes em despesas discricionárias — o que pode repercutir no financiamento de programas públicos e comprometer o próximo Plano Safra. Em sua avaliação, a taxação é uma forma de justiça tributária, ao direcionar recursos para a produção em vez de burlar o sistema por meio da especulação.

Embora proponha tributar instrumentos como LCI, LCA e outros títulos atualmente isentos, o ministro garantiu que haverá mecanismos de incentivo para a economia real. Ele destacou que o governo adota uma postura pragmática: busca o equilíbrio entre arrecadação e estímulo ao crescimento, sem elevar a carga tributária de forma desproporcional.

O embate agora ocorre no Congresso, onde a MP será analisada por parlamentares de diferentes interesses — especialmente do setor do agronegócio, que teme que a medida encareça a captação de recursos rurais. O relatório preliminar já circula e negociações intensas são esperadas até a votação da proposta.

Ao propor taxar aplicações financeiras, o governo busca aumentar a margem de manobra fiscal e consolidar a receita para o próximo ano. Ao mesmo tempo, enfrenta o desafio de equilibrar transparência, eficiência e aceitação política de uma reforma que mexe com interesses consolidado no mercado financeiro.

Redação Saiba+

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