Brasil
SP investiga mortes por intoxicação com metanol em bebidas
Governo fecha bares suspeitos e Polícia Federal apura possível distribuição para outros Estados
O Estado de São Paulo investiga cinco mortes e 15 casos de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O governo paulista determinou o fechamento temporário de bares e estabelecimentos suspeitos, além de intensificar as fiscalizações.
As autoridades descartaram qualquer envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na adulteração. A hipótese havia sido levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação, que apontou possível ligação com substâncias ilegais importadas pela facção.
Apreensões e estabelecimentos sob investigação
Na segunda-feira (29), uma operação resultou na apreensão de mais de cem garrafas na Mooca e nos Jardins, bairros de São Paulo. Um dos alvos foi o bar Ministro, na Alameda Lorena, citado em Boletim de Ocorrência. Segundo familiares de uma das vítimas, ela teria consumido bebida no local antes de passar mal e sofrer perda de visão.
O governo não divulgou oficialmente a lista de bares investigados, mas confirmou que três estabelecimentos estão sob suspeita. Pelo menos dois deles deverão ser interditados temporariamente.
Sintomas da intoxicação por metanol
O metanol é frequentemente usado de forma ilegal para adulterar bebidas como gim, whisky e vodka. Os primeiros sintomas da intoxicação surgem logo após a ingestão e podem ser confundidos com sinais de embriaguez, como fala arrastada e reflexos lentos.
No entanto, os efeitos podem ser muito mais graves, atingindo o sistema nervoso central e causando sonolência, convulsões e até cegueira irreversível.
Polícia Federal abre inquérito
O governo federal anunciou a abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar a contaminação. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que há indícios de que as bebidas adulteradas estejam sendo distribuídas para outros Estados.
“No momento, as ocorrências estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há distribuição para além do Estado, e, portanto, a competência da Polícia Federal é necessária”, destacou Lewandowski.
