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Principais desafios que moldarão a economia global em 2026
José Roberto Mendonça de Barros destaca inflação, desaceleração e tensões geopolíticas como vetores críticos
Em análise para os próximos anos, o economista José Roberto Mendonça de Barros aponta para vários vetores de risco que devem moldar a economia mundial em 2026. Dentre os mais relevantes, destacam-se: pressão inflacionária persistente, desaceleração do crescimento global, instabilidade fiscal nos países emergentes, e tensões comerciais e geopolíticas que afetam cadeias de produção.
Um dos pontos mais preocupantes é o equilíbrio entre juros e inflação. Mesmo com alguns países reduzindo suas taxas, vertebras inflacionárias — principalmente em alimentos e energia — podem continuar elevadas, corroendo poder de compra e gerando desafios para bancos centrais. A combinação de inflação moderada com crescimento baixo sugere risco de estagflação em várias economias.
Outro vetor crítico é a desaceleração global do crescimento, já visível em projeções reduzidas para diversas regiões. Mercados maduros enfrentam crescimento lento, enquanto economias emergentes lutam com queda nos preços de commodities, instabilidade cambial e dificuldade de financiamento. O Brasil, por exemplo, sente forte impacto das variações externas e da política monetária global.
A instabilidade fiscal, especialmente em nações com dívidas elevadas ou déficits persistentes, é outro alerta. Governos terão de tomar decisões complicadas entre cortar gastos, ajustar tributos ou priorizar políticas sociais. A capacidade de controlar o endividamento público sem sufocar o crescimento será um diferencial decisivo no desempenho econômico de 2026.
Também integram esse cenário as tensões geopolíticas e comerciais. A competição entre grandes blocos econômicos, tarifas, sanções ou restrições de comércio, bem como a necessidade de diversificação de mercados, ganham importância. A dependência de cadeias de suprimento distantes ou concentradas em poucos países poderá causar vulnerabilidade.
Por fim, Mendonça de Barros aposta que investimento em tecnologias limpas e sustentabilidade ganhará centralidade — não apenas por demanda ambiental, mas como diferencial competitivo. Na transição energética, quem investir cedo em infraestrutura verde, inovação e eficiência poderá sair na frente.
Em resumo, 2026 deve ser um ano de exigências altas para países, empresas e mercados, com equilíbrio fiscal, controle da inflação, adaptação geopolítica e aposta em sustentabilidade sendo critérios decisivos para quem busca estabilidade e crescimento.
