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Especial Tiradentes: Verdades, Mitos e Curiosidades

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Tiradentes ante o Carrasco. Obra de Rafael Falco. 1951.  Foto: Reprodução/Obra de Rafael Falco

No feriado de 21 de abril, o Brasil celebra a memória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira e um dos primeiros símbolos da luta pela independência do país. Mas quem foi, de fato, esse personagem histórico que se tornou herói nacional? O que é fato e o que foi construído como mito?

Visual icônico: barba e cabelos longos?
A imagem mais conhecida de Tiradentes, com cabelos longos e barba cheia, surgiu bem depois de sua morte. A primeira pintura oficial data de 1890, durante os primeiros anos da República, quando o novo regime buscava símbolos populares para legitimar seu rompimento com o Império. Inspirado na iconografia de Jesus Cristo, o retrato ajudou a consolidar uma imagem quase messiânica do inconfidente.

Na realidade, como alferes, uma patente militar equivalente hoje a segundo-tenente, Tiradentes não poderia usar barba nem cabelo comprido. Além disso, passou quase três anos preso antes da execução, em um regime onde prisioneiros eram mantidos com cabelo raspado para evitar piolhos. Ele foi enforcado careca e sem barba.

Tiradentes teve filhos?
Embora nunca tenha se casado, Tiradentes teve dois filhos: João, com Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, fruto de seu relacionamento com Antônia Maria do Espírito Santo, uma viúva da época.

Quem operou a forca?
O responsável por acionar a forca que executou Tiradentes foi Jerônimo Capitânia, outro condenado à morte. Em troca da comutação de sua pena para prisão perpétua, ele aceitou a função.

E os instrumentos de dentista?
Pouco após sua morte, os equipamentos odontológicos de Tiradentes, que também atuava como dentista, foram leiloados. Em 4 de julho de 1792, a bolsa com seus instrumentos foi arrematada por Francisco Xavier da Silveira por 800 réis.

Filme “Joaquim”, sobre Tiradentes, disputou o Festival de Berlim em 2017. Foto: Imovision

Um símbolo republicano
Tiradentes passou a ser oficialmente reconhecido como herói nacional após a Proclamação da República, em 1889. Até 2023, ele era o único brasileiro com um feriado nacional em sua homenagem. A partir do ano passado, a data de morte de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro, também se tornou feriado em todo o país.

Redação Saiba+

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Fraude INSS: Irmão de Lula é vice de sindicato investigado

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O sindicalista Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) / Foto: Monalisa Lins/AE

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (23), a Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Entre os alvos da investigação está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente nacional José Ferreira da Silva, o “Frei Chico” — irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Frei Chico não se manifestou sobre o caso até o momento. Em nota oficial, o Sindnapi declarou apoio às investigações e afirmou que considera essencial identificar irregularidades e proteger os direitos dos aposentados. “Apoiar uma investigação rigorosa é promover confiança no sistema previdenciário”, diz o texto.

De acordo com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema operava por meio de Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, permitindo descontos em folha de pagamento, muitas vezes sem o consentimento dos beneficiários. A investigação revelou que, desde 2016, os descontos somaram R$ 7,99 bilhões — quase totalmente irregulares.

A CGU ouviu 1.300 beneficiários com descontos ativos e concluiu que a maioria não havia autorizado os débitos ou acreditava se tratar de uma cobrança obrigatória. Carros, joias, quadros e quantias em espécie foram apreendidos em operações simultâneas em 13 estados e no Distrito Federal.

Além do Sindnapi, outras dez entidades também foram investigadas. A operação levou ao afastamento de seis servidores públicos, incluindo o agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que pediu demissão após ordem do presidente Lula.

O presidente do Sindnapi é Milton Baptista de Souza Filho, o “Milton Cavalo”, e Frei Chico aparece como número dois no organograma nacional da entidade.

A nota do sindicato reforça que a luta contra abusos e em defesa dos aposentados é parte de sua missão histórica, e que apoia iniciativas que busquem corrigir distorções e punir os responsáveis.

Redação Saiba+

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Vídeo: Bolsonaro é intimado na UTI por oficial de justiça

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Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou, nesta quarta-feira (23), um vídeo em que aparece sendo intimado por uma oficial de justiça enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília. A notificação, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, diz respeito à abertura da ação penal em que Bolsonaro é réu no inquérito sobre suposta tentativa de golpe ligada aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Durante o vídeo, com mais de 11 minutos de duração, Bolsonaro questiona a presença da oficial na UTI.

“A senhora tem ciência que está dentro de uma UTI?”, indagou, enquanto ressaltava seu estado de saúde: “Levei uma facada há sete anos e tenho problema até hoje. Graças a Deus me salvei novamente. Se demorasse mais um pouquinho, eu teria morrido”.

A intimação foi realizada após o STF considerar que o ex-presidente estava em condições de recebê-la, já que havia feito uma live de dentro do hospital na véspera.

“A divulgação de live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, afirmou o Supremo em nota.

O tribunal também informou que aguardava o momento adequado para cumprir a medida, considerando o quadro de saúde do ex-presidente. Apesar disso, aliados de Bolsonaro criticaram a decisão de realizar a intimação dentro de uma unidade hospitalar.

No vídeo, Bolsonaro ainda defende seu direito de se comunicar com os brasileiros.

“Tenho o direito de utilizar as redes sociais para apresentar um projeto de Brasil”, declarou.

A citação formaliza Bolsonaro como réu no processo que apura a organização e participação de uma suposta trama golpista no contexto das manifestações antidemocráticas ocorridas em Brasília.

Redação Saiba+

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Pandemia: TCU isenta Rui Costa no caso dos respiradores

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Lula e Rui Costa / Foto Gabriela Biló

O Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou, por maioria, o processo que atribuía responsabilidade ao atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, pela compra frustrada de 300 ventiladores pulmonares no valor de R$ 48,7 milhões, durante a pandemia da Covid-19. Na ocasião, Costa era governador da Bahia e presidia o Consórcio do Nordeste, responsável pela aquisição dos equipamentos por meio da empresa Hempcare, que não entregou os aparelhos mesmo após pagamento antecipado.

A decisão da Corte, tomada por 5 votos a 2, determinou o prosseguimento de uma tomada de contas especial apenas contra a empresa fornecedora, com o objetivo de ressarcir os danos aos cofres públicos. A operação também é alvo de investigação pela Polícia Federal.

Relator do caso, o ministro Jorge Oliveira afirmou que houve falhas no pagamento adiantado e questionou a idoneidade da empresa contratada, destacando a falta de expertise da Hempcare na comercialização de ventiladores pulmonares.

No entanto, o ministro Bruno Dantas abriu divergência e foi seguido pela maioria. Em seu voto, Dantas argumentou que os gestores atuaram em um cenário de emergência, sem precedentes, o que justificaria a adoção de medidas urgentes para proteger a população.

“É preciso considerar o contexto histórico. Estávamos no início da pandemia, com escassez mundial de equipamentos e uma corrida contra o tempo para salvar vidas”, afirmou.

O ministro ressaltou que, embora tenha havido irregularidades, a conduta dos gestores foi compreensível diante da urgência.

“A interpretação jurídica não pode desconsiderar o cenário dramático enfrentado naquele momento. Havia uma inexigibilidade de conduta diversa”, concluiu.

A decisão contou com os votos favoráveis de Bruno Dantas, Walton Alencar, Benjamin Zymler, Aroldo Cedraz e Antonio Anastasia. Votaram contra o arquivamento os ministros Jorge Oliveira, Augusto Nardes e Jhonatan de Jesus.

Redação Saiba+

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