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Brasil

Lula critica visto americano com gênero masculino para Erika Hilton: “É abominável”

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A deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que recebeu visto 'masculino' dos Estados Unidos / Foto: Lula Marques

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “abominável” a emissão do visto americano com identificação de gênero masculino para a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). O caso gerou indignação e foi citado por Lula em evento voltado à sanção de projetos de lei relacionados aos direitos das mulheres, realizado nesta quinta-feira (24).

Segundo o presidente, a decisão da Embaixada dos Estados Unidos de não reconhecer a identidade de gênero da parlamentar é um ato de ingerência e desrespeito à soberania e aos direitos fundamentais.

— Erika, o que aconteceu com você, na minha opinião, é abominável. É importante que as deputadas que estão aqui se lembrem, que vocês poderiam chegar na Câmara, fazerem um ofício de todas as deputadas e mandar para o Parlamento Americano dizendo da inconformidade de vocês com a ingerência da Embaixada Americana no documento de uma deputada brasileira. Quem tem o direito de discutir o que essa mulher é o Brasil e é ela sobretudo, é a ciência, não é o decreto do Trump — declarou Lula.

A declaração do presidente vem em resposta ao fato de que o visto foi emitido com base em normas ainda vigentes do governo Donald Trump, que restringem o reconhecimento de identidades de gênero diferentes do sexo biológico em documentos oficiais.

A fala de Lula reforça o posicionamento do governo em defesa da dignidade, da autodeterminação de gênero e do respeito à diversidade, especialmente no mês em que o Congresso Nacional debate avanços nos direitos das mulheres.

Redação Saiba+

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Brasil

Desmatamento na Amazônia sobe 18% às vésperas da COP-30

Área devastada entre agosto de 2024 e março de 2025 já equivale à soma de São Paulo e região do ABC, aponta estudo do Imazon.

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Área desmatada se aproxima à da cidade de São Paulo somada aos municípios do ABC. Foto: Tiago Queiroz

O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 18% no acumulado entre agosto de 2024 e março de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são do novo boletim do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta quinta-feira (24). A área devastada, de 2.296 km², equivale ao território da cidade de São Paulo somado aos municípios do ABC paulista.

Desmatamento em 2024 e 2025

Fonte: SAD-IMAZON

O crescimento ocorre em um momento delicado para a política ambiental brasileira: faltando poucos meses para a realização da COP-30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA), o país enfrenta o desafio de sustentar seu compromisso de zerar o desmatamento até 2030 — meta essencial para conter as emissões de gases de efeito estufa.

Degradação florestal também dispara

Além do desmatamento, o levantamento do Imazon aponta uma piora expressiva nos índices de degradação florestal — que envolve queimadas e exploração madeireira, prejudicando a biodiversidade e contribuindo para futuros incêndios. Entre agosto de 2024 e março de 2025, foram registrados 34.013 km² de áreas degradadas, um aumento de 329% em relação ao período anterior. Trata-se da maior taxa de degradação dos últimos 15 anos.

Alerta reforçado para ação estratégica

A pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon, avalia que, embora o cenário seja grave, ainda é possível reverter a tendência. “O Brasil retomou a pauta ambiental, e isso evitou uma situação ainda mais crítica. Mas precisamos de ações mais estratégicas, com foco nas áreas sob maior pressão”, afirma.

Degradação florestal em 2024 e 2025

Fonte: SAD-IMAZON

Segundo o estudo, os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas concentram os maiores índices de desmatamento e degradação florestal no período. A expectativa é que o volume de desmate cresça ainda mais a partir de junho, início do período seco na região amazônica.

Monitoramento constante

O monitoramento do SAD é feito com base em imagens de satélite fornecidas pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA), permitindo a análise mensal da cobertura vegetal da Amazônia Legal. O estudo reforça a necessidade de ações coordenadas entre governos, sociedade civil e organismos internacionais para proteger o maior bioma tropical do planeta.

Redação Saiba+

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Brasil

Como Fernando Collor escapou por mais de 30 anos

Ex-presidente acumula histórico de investigações, escândalos e absolvições desde o impeachment em 1992; agora, enfrenta sua primeira ordem de prisão.

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O presidente Fernando Collor de Mello na cerimônia de lançamento do programa de telefonia rural, no Palácio do Planalto, em 1992, poucas semanas antes de ser afastado em definitivo pelo Senado - Foto: Lula Marques

“O tempo é senhor da razão”. A frase estampada nas camisetas usadas por Fernando Collor nas corridas matinais da década de 1990 agora ganha novo peso. Trinta e três anos após se tornar o primeiro presidente da República eleito por voto direto após a ditadura militar e também o primeiro a sofrer impeachment, Collor enfrenta um novo capítulo em sua trajetória: a decretação de sua prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

Fernando Collor / Foto: Reprodução

Durante mais de três décadas, o político alagoano, envolvido em diversas denúncias e escândalos de corrupção, conseguiu se manter em liberdade, chegou a ser absolvido pelo próprio STF e ainda retornou à vida pública como senador da República. Agora, a ordem de prisão marca um possível desfecho para uma longa jornada marcada por controvérsias.

O início da derrocada política de Collor remonta a 1992, quando o próprio irmão, Pedro Collor, estampou as capas das revistas com denúncias que abalaram o governo. Em entrevistas e até em livro, Pedro revelou detalhes sobre o esquema de corrupção supostamente comandado por Paulo César Farias, tesoureiro de campanha e figura central do chamado “Esquema PC”. O escândalo envolvia propina paga por grandes empresas, algumas delas posteriormente implicadas também na Operação Lava Jato e uso de cheques em nome de pessoas inexistentes, os chamados “cheques fantasmas”.

Pedro Collor denunciou o irmão Fernando Collor em maio de 1992 / Foto: Sergio Amaral/AE

Apesar das graves acusações, o ex-presidente foi absolvido pelo STF nos anos 1990 por falta de provas materiais que o ligassem diretamente a atos de corrupção. A justificativa dos ministros na época foi a ausência de atos oficiais que comprovassem o benefício direto obtido por Collor em troca dos valores recebidos.

O impeachment, no entanto, foi inevitável. Após votação na Câmara e julgamento no Senado, Collor tentou renunciar antes da conclusão do processo, mas sem sucesso. Da Casa da Dinda, residência oficial não-oficial do ex-presidente às margens do Lago Paranoá, assistiu ao fim de seu governo e deu declarações públicas de que teria sido vítima de perseguição.

Campanha política para presidente em 1989 / Foto: Reprodução

Mesmo fora da presidência, Collor manteve influência política. Foi eleito senador e figurou nos debates públicos por anos. Em paralelo, colecionou investigações e novos processos, que sempre terminaram arquivados ou em absolvições, até agora.

Collor em 1990 ao lado de Rosane Collor, ex-primeira-dama do país.

Na noite de quinta-feira, 24, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, assinou o despacho que determina a prisão do ex-presidente, encerrando um longo ciclo de impunidade. O caso reforça o entendimento crescente na Justiça de que a alta autoridade pública, mesmo afastada do poder, deve responder pelos atos cometidos durante ou após o exercício do cargo.

A defesa do Fernando Collor de Mello classificou como “surpreendente e preocupante” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou nesta quinta-feira a prisão imediata do ex-presidente, mas disse que Collor vai se entregar.

Defesa de Collor critica decisão do STF, mas confirma que ele vai se entregar

A defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello classificou como “surpreendente e preocupante” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão imediata nesta quinta-feira (24). Em nota, os advogados Marcelo Bessa e Thiago Lôbo Fleury afirmaram que a ordem ignora pontos relevantes, como a prescrição dos crimes.

Segundo os defensores, o recurso apresentado pela equipe jurídica deveria ter sido analisado pelo Plenário do STF, que já havia agendado uma sessão para o dia seguinte. Ainda assim, os advogados confirmaram que Collor irá se apresentar às autoridades para cumprir a decisão, “sem prejuízo das medidas judiciais cabíveis”.

Redação Saiba+

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Moraes determina prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor

Ex-mandatário é alvo de processo derivado da Operação Lava Jato

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Investigado pela Lava Jato, o ex-presidente Fernando Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão - Foto: Pedro Ladeira

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello. A decisão ocorre após a rejeição dos últimos recursos apresentados pela defesa, que buscava reverter ou reduzir a condenação de 8 anos e 10 meses em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo Moraes, os advogados apenas repetiram argumentos já analisados e rejeitados pela Corte, demonstrando, segundo o ministro, uma intenção de atrasar o cumprimento da pena.

“O embargante apenas reitera argumentos já enfrentados… o que evidencia intenção procrastinatória”, afirmou em sua decisão.

Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023, acusado de ter recebido R$ 20 milhões em propina por meio de contratos firmados entre a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras e a construtora UTC. As irregularidades ocorreram entre 2010 e 2014, período em que, segundo a denúncia, ele influenciava o comando da estatal.

A denúncia, oferecida pela Procuradoria-Geral da República em 2015 no âmbito da Operação Lava Jato, apontou delações e indícios que sustentaram a condenação. A defesa, por sua vez, alegava falta de provas além dos acordos de colaboração premiada, e tentou invalidar a dosimetria da pena com base em votos divergentes entre os ministros da Corte, argumento também rejeitado por Moraes.

O ministro solicitou ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a convocação de sessão virtual do plenário para referendar a decisão. A votação ocorrerá nesta sexta-feira (25), das 11h às 23h59.

Fernando Collor foi presidente do Brasil de 1990 até sua renúncia em 1992, durante um processo de impeachment. Retornou à política em 2007 como senador por Alagoas, cargo que ocupou até 2023. Em 2022, foi candidato ao governo de Alagoas, mas não chegou ao segundo turno.

Redação Saiba+

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