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Operação Falsas Promessas: PM é confundido por cor da pele e roupa semelhante

Soldado J. França foi acusado equivocadamente em processo, após ser identificado por imagem de má qualidade em rede social

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Reprodução: Processo

O soldado da Polícia Militar da Bahia, Jefferson Silva França, conhecido nas redes sociais como J. França, foi alvo de um equívoco grave durante a segunda fase da Operação Falsas Promessas, deflagrada pela Polícia Civil no início de abril. O policial se apresentou voluntariamente à sede da instituição no dia 10 de abril de 2025, após ter seu nome incluído entre os nove policiais militares citados no inquérito.

A operação, que já havia prendido nomes de destaque como o influenciador Franklin Reis, o rifeiro Nanan Premiações e o também influenciador digital Ramhon Dias, agora enfrenta críticas por um possível erro de identificação.

Uma imagem anexada ao processo chamou atenção pela fragilidade da prova. O documento aponta J. França como o homem que aparece em um Story do Instagram de Ramhon Dias, segurando um maço de dinheiro e oferecendo-o a outros presentes durante uma comemoração. A acusação se baseia em uma imagem de má qualidade, apenas pelo uso de uma camisa preta com a estampa “BOSS”, semelhante à de outro indivíduo presente no vídeo.


Imagem distorcida e julgamento precipitado

A acusação, no entanto, ignora evidências visuais e físicas. A análise técnica feita por peritos consultados pela reportagem aponta que a pessoa que segura o dinheiro no vídeo tem traços físicos nitidamente diferentes dos de J. França, mesmo com a baixa qualidade da imagem. Segundo os especialistas, não há compatibilidade facial ou corporal entre o policial e o homem que aparece na gravação.

Reprodução: Processo

Reprodução: Processo

Apesar disso, o juiz que decretou a prisão mencionou o nome de J. França em sua decisão, evidenciando a gravidade do erro investigativo.


Preconceito e falha no processo

Um familiar de J. França, que não quis se identificar, aponta que o erro pode ter sido influenciado por um viés racial.

“Dizem que todo preto se parece e, até hoje, deparamos com absurdos como esse.”

A identificação visual limitada, baseada apenas na cor da pele e em uma vestimenta comum, evidencia um julgamento superficial — e racista — que compromete a honra e a dignidade de uma pessoa e de toda a comunidade preta.

J. França: Reprodução Instagram

Tentamos contato com os advogados de Jefferson França, mas até o presente momento não obtivemos retorno.

Redação Saiba+

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