Política

Lula desafia Trump e garante R$27 bi da China

Durante discurso a empresários em Pequim, presidente critica tarifas americanas, exalta estabilidade brasileira e celebra investimentos chineses no país.

Published

on

Presidente do Brasil, Lula, em encontro com presidente chinês, Xi Jinping - Adriano Machado - 20.nov.24/REUTERS

Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância da parceria estratégica entre Brasil e China e voltou a criticar as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O discurso ocorreu nesta segunda-feira (12), em Pequim, diante de centenas de empresários brasileiros e chineses, com foco na ampliação dos investimentos e do comércio bilateral.

Lula destacou que as barreiras tarifárias representam uma ameaça ao comércio global. “Eu não me conformo com a taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, afirmou.

“O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história.”

Em defesa do multilateralismo, Lula defendeu o livre comércio e a soberania dos países. “A gente exporta o que quiser e compra o que quiser, sem que ninguém tente impor restrições à nossa soberania.”

O presidente celebrou o anúncio de R$ 27 bilhões em investimentos chineses, firmados com o apoio da ApexBrasil. Entre os aportes, destacam-se a entrada da montadora GAC no Brasil, com um investimento de US$ 1,3 bilhão para a produção de carros elétricos e híbridos em Goiás e um centro de P&D no Nordeste.

Outro destaque foi o encontro com o CEO da indústria de defesa Norinco, que manifestou interesse em participar da reestruturação da brasileira Avibrás. O governo brasileiro indicou que não haverá restrições à participação minoritária, desde que haja garantia de controle nacional.

Lula também apontou oportunidades em infraestrutura, como o corredor bioceânico, e reforçou o intercâmbio educacional e turístico entre os países.

“A China está se comportando como um exemplo. Nós tratamos essa relação com muito carinho.”

Na mesma semana, EUA e China anunciaram uma trégua na guerra comercial, reduzindo tarifas temporariamente. O acordo estabelece cortes de taxas de 145% para 30% sobre produtos chineses, e de 125% para 10% sobre produtos americanos, com validade de 90 dias.

A medida foi bem recebida pelos mercados, com alta nas bolsas e valorização do dólar. Autoridades dos dois países destacaram o desejo mútuo de evitar um desacoplamento econômico e buscar um comércio mais equilibrado.

Lula concluiu seu discurso dizendo que “a relação entre Brasil e China será indestrutível”, destacando a importância de fortalecer o sul global e promover respeito e protagonismo internacional para os países em desenvolvimento.

Redação Saiba+

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Lidas da Semana

Sair da versão mobile