Brasil
Cancelamento de voos de balão atinge 70% em Praia Grande após tragédia
Pilotos se mobilizam para propor regras de segurança próprias e preveem retomada gradual dos passeios a partir desta sexta-feira (27)

O turismo em Praia Grande (SC), cidade conhecida como a “capital dos balões” no Brasil, enfrenta um dos momentos mais delicados desde a popularização dos voos panorâmicos em 2016. Após o trágico acidente com balão de ar quente no último sábado (21), que resultou na morte de oito passageiros, cerca de 70% das reservas já confirmadas foram canceladas, segundo dados da Avibaq (Associação de Voos de Instrução de Balão de Ar Quente de Praia Grande).
Apesar do impacto emocional e econômico, a expectativa é de que parte das operadoras volte a operar a partir desta sexta-feira (27), com novas medidas de segurança sendo implementadas de forma voluntária pelas empresas.
“A cidade está de luto. Todo mundo aqui respira turismo e balonismo. Mas a desinformação está agravando ainda mais os cancelamentos. Precisamos reagir com responsabilidade”, afirmou Murilo Pereira Gonçalves, presidente da Avibaq, que representa cerca de 40 pilotos na região.
Com pouco mais de 8 mil habitantes, Praia Grande é uma referência nacional no setor: desde 2016, foram realizados mais de 40 mil voos turísticos, com média de 40 minutos e valor em torno de R$ 580 por pessoa. A atividade se consolidou como a principal fonte de receita do turismo local, gerando pelo menos 400 empregos diretos.
A proposta dos condutores de balão agora é criar um protocolo de segurança próprio, que inclua, por exemplo, a presença obrigatória de dois extintores de incêndio por cesto — medida já adotada por algumas operadoras, como a Canyon Sul Balonismo. “Ficamos parados por respeito e luto. Mas a retomada precisa acontecer, com mais segurança e clareza”, disse Sílvia Boni, proprietária da empresa.
Ela revelou que, entre os clientes que tiveram voos cancelados, 70% optaram por remarcar, em vez de pedir reembolso, o que indica uma expectativa de recuperação gradual.
Apesar disso, o setor opera em um limbo regulatório. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmou que atualmente nenhum voo comercial com balões no país possui certificação formal, o que, segundo Gonçalves, é reflexo da falta de regulamentação específica para o setor. “Cobramos isso há mais de dez anos. Trabalhamos com zelo, mas sem regras claras fica difícil fiscalizar ou padronizar”, afirmou.
A tragédia segue sob investigação da Polícia Civil e da Polícia Científica de Santa Catarina, que já analisam vídeos e depoimentos para apurar as causas do incêndio. A hipótese inicial, levantada pelo piloto da empresa Sobrevoar, responsável pelo balão acidentado, indicava possível falha em um maçarico. No entanto, o advogado da defesa afirmou que não há certeza sobre essa versão.
Enquanto as investigações avançam, o setor turístico de Praia Grande busca preservar sua principal atividade econômica e garantir que tragédias como a do último sábado não voltem a se repetir. A esperança dos pilotos e empresários locais é que o episódio também pressione o poder público a agir com mais rigor e rapidez na regulamentação da atividade.
Brasil
Mercado ilegal domina mais de 50% das apostas online no Brasil
Estima-se que as casas de apostas não autorizadas movimentem até R$ 18 bilhões por ano, elevando riscos à arrecadação e à proteção do consumidor

No cenário das apostas online no Brasil, cresce a preocupação com o volume expressivo de operações realizadas por plataformas não regulamentadas. Estimativas recentes apontam que mais de metade do mercado de apostas esportivas ainda está em ambiente clandestino, o que implica em múltiplas consequências para a economia, a segurança e a equidade da atividade.
Entre os principais pontos de atenção, destaca-se que essas casas de apostas ilegais, por estarem fora do âmbito de fiscalização, não prestam contas ao Fisco nem seguem obrigações de transparência e proteção ao apostador. Tal realidade gera evasão fiscal bilionária, concorrência desleal para operadores regulares e aumenta a vulnerabilidade de usuários que podem ser vítimas de fraudes ou práticas predatórias.
Especialistas do setor apontam que o universo de apostas sob regulação formal, embora já regulado, está limitado em termos de abrangência e alcance, criando um enorme “mercado paralelo”. Esse desequilíbrio expõe dois desafios centrais: primeiro, a necessidade de intensificar a fiscalização e bloquear domínios que atuam irregularmente; segundo, ampliar a educação do consumidor para que identifique quais plataformas estão autorizadas, reduzindo o uso de sites com operações de risco.
Para o governo, a situação apresenta um custo elevado. A falta de tributação correta sobre os valores movimentados pelas casas ilegais compromete não apenas a arrecadação imediata, mas também a credibilidade do setor formalizado. No curto prazo, a ampliação de plataformas regulares, com garantias de transparência, poderia fortalecer o ambiente de apostas no Brasil, promovendo maior segurança jurídica, melhores práticas de mercado e proteção aos usuários.
Em suma, o Brasil enfrenta um ponto de inflexão: transformar o mercado de apostas em um sistema mais transparente e regulado, reduzindo o peso das operações ilegais, promover o cumprimento de obrigações tributárias e garantir que os apostadores tenham acesso a plataformas confiáveis — sob pena de manter o risco elevado de fraudes, perdas e impactos ao erário público.
Brasil
Rio vive “cenário de guerra” em megaoperação contra facção criminosa
Forças de segurança deflagram ação massiva contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e confrontos deixam mortos e apreensões em 15 favelas

O Rio de Janeiro amanheceu sob forte clima de tensão após uma megaoperação policial deflagrada em diversas comunidades da capital e da região metropolitana. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), mobilizou centenas de agentes das forças de segurança e resultou em mortes, prisões e apreensões de armas e drogas.
Descrita por autoridades e moradores como um verdadeiro “cenário de guerra”, a operação aconteceu simultaneamente em 15 favelas, incluindo áreas da Zona Norte e da Zona Oeste, onde o confronto foi mais intenso. Houve registro de tiroteios prolongados, barricadas incendiadas e ataques com armamento pesado, o que obrigou o fechamento de escolas e o bloqueio de vias de acesso.
De acordo com as forças de segurança, o objetivo da ofensiva é desarticular núcleos de liderança e logística da facção criminosa, responsável por expandir o controle territorial em várias comunidades. Apesar do impacto operacional, o episódio reacende o debate sobre a escalada da violência urbana e os limites da política de enfrentamento armado adotada no estado.
Para especialistas, a dimensão da operação reflete o avanço das facções no Rio e a necessidade de ações de inteligência e articulação entre os órgãos públicos. No entanto, há também preocupação com os efeitos colaterais sobre a população civil, que permanece em meio ao fogo cruzado.
O governo estadual defende que as ações são indispensáveis para restaurar a ordem e recuperar áreas dominadas pelo crime organizado, mas reconhece que o desafio maior será garantir segurança duradoura e presença social efetiva nas comunidades afetadas.
O episódio reforça a percepção de que o Rio de Janeiro enfrenta um dos períodos mais críticos de sua segurança pública, em que operações de grande porte se tornam rotina e colocam à prova a capacidade do Estado de conter o poder das facções criminosas.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
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